Conheça o magnífico Château de Chillon, o ponto turístico mais visitado da Suíça

Se você estiver viajando para o Lake Geneva, não perca a oportunidade de visitar o Castelo de Chillon. Localizada nos arredores de Montreux, esta impressionante fortaleza medieval tem um cenário idílico, um passado sombrio e uma masmorra que inspirou muitos poetas e pintores. Hoje, o Castelo de Château é a atração mais visitada da Suíça.
Visitando o Castelo de Chillon na Suíça
A coisa que mais impressiona quando se visita o Castelo de Chillon, imortalizado por Lord Byron no poema O Prisioneiro de Chillon, é a vista. Difícil imaginar o que sentiam os prisioneiros que olhavam tamanha beleza por entre as grades das janelas. Estar preso em uma masmorra em que se pode avistar um cenário como esse, deve ser algo enlouquecedor.

Lá fora, o Lago Genebra, de um azul profundo e prateado. As flores desabrocham ao longo de todo o calçadão de Montreux a Veytaux, em um dos cenários mais lindos que meus olhos já viram. Ao longo do percurso, observava as montanhas suíças pintadas com resquícios de neve. Era comum parar de vez em quando apenas para admirar aquela beleza, tão rara e tão surpreendente… Mas eu mal podia esperar para mergulhar nas sombras. Esta era minha chance de visitar uma das masmorras mais escritas na literatura, em todos os tempos.

O Château de Chillon, a 4 km de Montreux e 40 km de Lausanne, é a atração histórica mais visitada da Suíça, um sonho de um castelo que se ergue abruptamente do Lago Genebra (ou Lac Leman, dependendo do ponto em que você estiver no momento). Eu visitei o castelo partindo de Genebra. Se o percurso fosse o destino da viagem, já teria valido a pena.

A masmorra de Chillon
Chegando ao castelo, nos deparamos com muitos turistas, todos tirando selfies e comprando souvenirs. Tentei encontrar um lugar menos cheio para ser fotografada, mas foi difícil.

Enquanto caminhávamos por um depósito e entramos na prisão, uma sala cavernosa onde François Bonivard, o prisioneiro original de Chillon, tinha sido acorrentado a um pilar, pensei se todos estavam, de fato, pensando nos horrores que aconteceram naquele lugar. Bonivard ficou preso na escuridão da masmorra do Castelo de Chillon por quatro torturantes anos (ou seis, dependendo de quem você ouve) começando em 1530.
Eu apenas vivi, eu apenas desenhei
O maldito sopro do orvalho da masmorra –
Lord Byron – O Prisioneiro de Chillon, 1816
Com seus arcos góticos e janelas altas trazendo inclinações de luz, a masmorra é uma linda espécie de cripta de catedral, atraente o suficiente para o escritor Mark Twain brincar sobre o destino de Bonivard: “Sua masmorra era um lugar agradável, fresco e espaçoso, e eu não consigo ver por que ele deveria ter ficado tão insatisfeito com isso”.

A masmorra – Uma atração turística popular em Montreux
Passeando com um grupo de turistas, fui até o final da sala, me perguntando se algum deles se importava com o fato de aquela ser a masmorra onde Bonivard, um pastor de Genebra, permanecera preso por tantos anos a uma corrente de um metro. Incapaz de ver pelas janelas, ele estava convencido de que sua prisão ficava abaixo do nível do lago e só podia imaginar o sol lá fora. É tristemente belo pensar nisso. Relembrar, também.

Assinatura de Byron
“Aqui você pode ver a assinatura de Byron”, a guia turística ergueu a voz para nos dizer. “Ele o esculpiu no pilar ao qual acreditava que Bonivard estava acorrentado”. Não importava se o pilar teria sido aquele ou não. Em uma estranha reviravolta de celebridade, a assinatura de Byron e seu relato romântico do prisioneiro de Chillon eclipsaram, ou pelo menos igualaram, o sofrimento do próprio Bonivard.

Explorando a adega do Castelo de Chillon
Depois que grande parte dos turistas já havia saído, fiquei livre para explorar a sala. Pilares robustos se ergueram do chão de pedra como árvores petrificadas. Lajes de rocha áspera cortaram as fundações de pedra da masmorra.


Na parede mais próxima à entrada, uma cena de crucificação misteriosa do século 15 foi desenhada a carvão. Embora ninguém soubesse quem o desenhou, esperançosamente, aquela imagem trouxe consolo aos prisioneiros enquanto estavam aqui acorrentados. Abaixo, a mesma cena de crucificação vista por centenas de prisioneiros.

Inspiração artística
Relutante em sair, me segurei em uma saliência de rocha. Eu queria absorver a atmosfera, para entender porque o Castelo de Chillon de Montreux atraiu tantos artistas. Considerado um dos melhores lugares para se visitar na Suíça, o castelo possui uma longa lista de admiradores literários: Lord Byron, Percy Shelly, Victor Hugo, Mark Twain, Jean-Jacques Rousseau e Charles Dickens. Também inspirou pintores como Delacroix e Courbet.

Uma atração autêntica no Lago Genebra
O castelo é verdadeiramente encantador. Erguendo-se de um afloramento rochoso no Lago Genebra, conectado à terra apenas por uma ponte de madeira, as torres de Chillon alimentam nossa noção romântica de como deve ser um castelo medieval. Em uma era de réplicas e parques temáticos, essa atração popular suíça tem uma autenticidade incomparável.

História do Chateau de Chillon
Embora os primeiros registros escritos do Castelo de Chillon datem de 1150, as escavações mostram que o local foi habitado desde a Idade do Bronze. Sua forma atual foi construída por Pierre II de Savoy no século XIII. Estrategicamente situada em uma importante rota comercial da Inglaterra e França a Roma, foi construída como uma fortaleza e se tornou a casa de verão da família governante Savoy.
Existem três épocas principais na história de Chillon:
=> O período de Savoy do século 12 a 1536
=> O período bernês de 1536 a 1798
=> O período valdense de 1798 até hoje
O castelo nunca foi destruído, mas fora muitas vezes conquistado. Quando os Bernese invadiram em 1536, o Castelo de Chillon foi conquistado em apenas dois dias – um ataque que resultou na libertação de Bonivard, o Prisioneiro de Chillon.

O prisioneiro de Chillon
“O porão é mais baixo que o lago?” Um jovem alto perguntou surpreso a seus amigos depois de folhear um dos painéis de informações que descreviam a estadia de Bonivard. “Não é. Bonivard estava enganado” e eu me assustei com a resposta. “Sua corrente não era longa o suficiente para deixá-lo ver pelas janelas altas, então ele apenas imaginou que estava no subsolo”, a guia nos explicou, revelando as contradições dos relatos de muitos prisioneiros.

A história negra de Chillon
Nos momentos em que caminhava sozinha por algumas salas do castelo, o silêncio estava pesado. Era como se ele fosse uma das muitas personagens das histórias que ouvíamos. O silêncio de Chillon. Pode ter sido minha imaginação, mas a presença de desespero, esperança e, até mesmo, da falta dela, parecia tão espessa e palpável quanto as colunas de um metro de diâmetro que avistávamos ali dentro.

Outros prisioneiros de Chillon
Os judeus de Villeneuve
Bonivard e seus companheiros de prisão (muitos dos quais não sobreviveram) não foram os únicos prisioneiros da masmorra. Durante uma praga devastadora em 1348, cidadãos judeus da vizinha Villeneuve foram presos e torturados aqui. Eles foram acusados de causar a Peste Negra envenenando os poços e os alimentos para destruir o Cristianismo. É difícil imaginar que este tipo de ignorância e crueldade pode ocorrer.



As bruxas
Hoje pensamos na Suíça como um país pacífico, mas no século XVI e no início do século XVII, o Canto de Vaud – região da Suíça Ocidental onde o Chateau de Chillon está localizado – era um celeiro para a caça às bruxas. Mais de 2.000 mortes podem ser atribuídas ao assassinato de bruxas e a fortaleza não foi exceção. Em 1613, um total de 27 ‘bruxas’ condenadas foram queimadas em um dos pátios do castelo. Abaixo, um dos três pátios do castelo.

Uma visão romântica
Ao contrário dos muitos prisioneiros de Chillon, tive a liberdade de sacudir o frio da masmorra e deixar o porão para trás. Quando saí para a luz do sol de um pátio, me perguntei se foi a história sombria do castelo que inspirou Lord Byron e tantos outros. Talvez fosse a beleza medieval de Chillon, destacada contra o cenário deslumbrante do Lago Genebra e dos Alpes, que capturou sua imaginação. Mas também poderia ter sido uma mistura de ambos, a luta sombria e gloriosa em algum tipo de irresistível e magnífico desfecho. Seja qual for o motivo, o Castelo de Chillon continua a lançar seu feitiço até hoje. A história e a natureza. O medo e o fascínio. A tortura e o encantamento. Tudo é surpreendente neste lugar.

Onde fica o Château de Chillon?
O Castelo de Chillon está localizado no Lago Genebra, na Suíça, perto de Montreux. Fica na extremidade leste do lago, cerca de 100 km a nordeste de Genebra. O endereço exato é Avenue de Chillon, 21, 1820 Veytaux.
O que ver
Embora eu estivesse ligeiramente obcecada com a masmorra, há muito mais para ver. Os destaques incluem os três pátios e quatro impressionantes Grandes Salões que já foram usados para banquetes pelos Savoys. Uma sala a não perder é a Câmera Domini, que era para uso privado do Duque de Sabóia. Particularmente bonitos são os murais desbotados do século XIV da sala e a adega, muito bem conservada.



Há uma Sala de Armas e as defesas do castelo valem bem a pena explorar com sua caminhada de sentinela e muralhas duplas. A sala Peter II contém uma exposição sobre a história dos Savoys, e a loja de presentes tem 100 anos.

Fatos sobre o Castelo de Chillon
* Chillon é um castelo insular construído em uma saliência rochosa a poucos metros da margem do Lago de Genebra.
* A ilha é habitada desde a Idade do Bronze.
* Um castelo está instalado na ilha há pelo menos 1.000 anos.
* Ao contrário da maioria dos castelos, Chillon é construído em uma forma oval de “barco” que segue o contorno da ilha.
* As masmorras são esculpidas na rocha sobre a qual o castelo foi construído. Sombrio e encantador.
* No século XIII, tornou-se a residência de verão dos Condes de Sabóia.
* O suíço Bernese conquistou o castelo em 1536 após um curto cerco.
* Inspirado pela Revolução Francesa, os cidadãos de Vevey e Montreux ocuparam o castelo em 1798, que agora pertence ao Cantão de Vaud.
* Uma cena do romance Julie de Jean-Jacques Rousseau (também chamada A Nova Héloise) se passa no castelo.
* Inspirado por Rousseau, Lord Byron visitou a fortaleza em 1816 e escreveu seu famoso poema, o Prisioneiro de Chillon.
* Durante a Era Romântica do século XIX, Chillon se tornou uma atração extremamente popular.
* O Castelo é, hoje, o monumento mais visitado da Suíça.

Como chegar ao Castelo de Chillon
De trem de Lausanne: Para chegar ao Château de Chillon, pegue o trem para Montreux de Lausanne (cerca de 20 minutos).
Caminhada: De Montreux, desça até a orla e ao longo do calçadão de 4 quilômetros até o castelo. É espetacular.
Ônibus: Para pegar o ônibus de volta de Chillon a Montreux, atravesse a passarela da rodovia que sai do castelo e você verá a parada.
Para ir de Montreux ao Castelo de Chillon de ônibus, você pode pegar o ônibus VMC nº. 201 da estação de trem até o ponto de ônibus Veytaux.
Genebra ao Castelo de Chillon: Pegue o trem de Genebra a Montreux e siga as sugestões acima.
De barco: por que não navegar em um navio a vapor histórico? Foi assim que Mark Twain o fez, e deve ser a forma mais romântica de visitar o Castelo de Chillon. Durante a alta temporada, há partidas de Lausanne, Vevey, Montreux e Villeneuve.
De Evian-les-Bains: Pegue o barco de Evian-les-Bains para Lausanne e o trem para Montreux.
Taxa de entrada e horário de visitação
Os preços são para adultos CHF 12,50, crianças CHF 6. Você pode comprar um ingresso no castelo ou reservar online com antecedência no site do castelo. Durante abril a setembro, o castelo está aberto das 9h às 19h, com as últimas entradas às 18h. De novembro a fevereiro, o horário de Chillon é das 10h às 17h. Programe-se aproveite este destino encantador!
