As melhores atrações turísticas de Milão (parte II)

Sandra Brito Writer & Traveller

           Na semana passada falamos sobre Milão, a belíssima cidade localizada na região de Lombardia. Hoje, vamos completar nossa viagem, com outras dicas de lugares imperdíveis para quem está pensando em conhecer essa preciosidade no norte da Itália.

 Parco Sempione

            O Parque Sempione é uma extensa área verde localizada atrás do Castelo Sforzesco. É o lugar perfeito para desfrutar de uma caminhada entre flores e vegetação, longe da agitação da selva urbana – opção excepcional para quem deseja descansar após alguns dias de turismo intenso. O parque, construído em 1888, é repleto de atrações – incluindo um aquário, estádio esportivo, arco napoleônico (que falaremos a seguir) e até um castelo medieval!

            Dentro do parque você pode visitar a Torre Branca, toda em aço, com 108 metros de altura. Lá de cima, contemple a belíssima cidade de Milão e, em dias claros, você pode até ter uma visão privilegiada dos Alpes! Outra dica imperdível são as esculturas permanentes de Arman, Francesco Barzaghi, Giorgio de Chirico e Antonio Paradiso, que você encontra ao longo de seu passeio pelo parque.

Arco della Pace

            O recém-reformado “Arco da Paz” é uma das peças mais bonitas da história de Milão. Feito de puro mármore e coberto por carruagens puxadas por cavalos, o arco foi construído em homenagem às vitórias de Napoleão e deveria ser incluído no “Foro Bonaparte” da cidade – uma versão moderna do Fórum Romano, projetada pelo arquiteto Luigi Canonica. O arco está situado entre a Arena Civica e a Torre Branca e serve agora como uma imponenete entrada para o Parco Sempione.

            Além do valor histórico, o Arco della Pace é um dos elementos mais interessantes da arquitetura neoclássica milanesa. Nas proximidades de uma das portas romanas originais, o Arco della Pace costumava ser chamado de Porto Giovia, o nome da porta romana. Devido à grande concentração de bares, discotecas e restaurantes localizados ao redor do Arco della Pace, a região tornou-se um dos melhores lugares da cidade para vivenciar a “movida milanesa”. Dica: visite o Arco no finalzinho da tarde e fique por ali para aproveitar a agitação da noite!

Chiesa di San Maurizio e o Museu de Arqueologia

            Para muitos turistas, o interior da igreja de San Maurizio é o mais bonito de toda a cidade. Construída no início dos anos 1500 como a igreja de um convento de freiras beneditinas, todo o interior da igreja está coberto de afrescos de cenas bíblicas. Não se trata apenas de uma das mais importantes coleções de afrescos dos melhores artistas do século XVI – principalmente Bernardino Luini e seus filhos – mas também a qualidade das cores das pinturas surpreende a todos em um primeiro olhar: são tão vivas que parecem ter sido pintadas recentemente.

            O extenso mosteiro foi construído sobre as ruínas do circo romano e partes das muralhas romanas, todos agora parte do Civico Museo Archeologico (Museu de Arqueologia), onde você pode ver os restos escavados da Milão romana.

            Além de parte da história antiga de Milão, você encontrará achados gregos, etruscos e romanos de outras partes da Itália, incluindo esculturas em pedra e bronze. Particularmente interessantes são as esculturas de Maximiliano do século III, um capítulo à parte que merece um tempo em seu roteiro.

Naviglio

            Para quem curte frequentar os cafés e lanchonetes à beira do canal, Naviglio é uma das atrações noturnas mais procuradas em Milão. Embora seja mais movimentado à noite, você pode fazer um passeio de dia às lojas e às oficinas de diversos artistas, além de dar uma parada estratégica nos restaurantes da região. Com sorte, você ainda conseguirá assistir a um dos muitos festivais que acontecem por todo o ano.

            Em abril, o bairro ao longo do canal fica repleto de flores para a Festa Di Fiori e para a Festa del Naviglio – com inúmeros shows, procissões, artesanato e um riquíssimo mercado de antiguidades. Barcaças ao longo dos canais são decoradas em meados de junho para o Festival de São Cristóvão e a Orquestra Sinfonica di Milano Giuseppe Verdi realiza cerca de 50 concertos nas noites de quinta e sexta-feira e nas tardes de domingo no Auditorium di Milano. Sem sombra de dúvidas, um dos pontos altos de sua visita à cidade de Milão.

Santa Maria Presso San Satiro

            A igreja de Santa Maria em San Satiro tem uma história complexa. Em primeiro lugar, deve-se dizer que ele consiste, na verdade, em duas partes, de idades muito diferentes. Por um lado, o Santuário de San Satiro (também conhecido como Capela da Misericórdia) construído no final do século IX e a própria igreja (Igreja de Santa Maria), do período renascentista. Quase oculta num pátio bastante estreito, a igreja é imperceptível do lado de fora e tem uma fachada de pedra cinzenta.

            A igreja foi construída a partir de 1480, encomendada pelo Duque Galeazzo Maria Sforza e projetada pelo jovem arquiteto Donato Bramante. A planta, em T e três naves, é ricamente decorada. O telhado da nave principal é dourado e dá um lindo brilho quente ao ambiente. O tesouro, no entanto, é representado pela falsa abadia, que parece estar atrás do altar, mas é apenas um relevo aplicado na parede posterior. A ilusão é tão forte que é preciso chegar muito perto para perceber que é assim. A solução arquitetônica foi pensada por falta de espaço suficiente para a construção de uma abadia real.

                                                                                               Museu Poldi-Pezzoli 

            Uma elegante casa antiga é o cenário deste museu de arte, que teve origem no século XIX como a coleção particular de Gian Giacomo Poldi Pezzoli e sua mãe, Rosa Trivulzio, que inclui pinturas, joias, pratarias, bronzes, porcelanas, cerâmicas, armaduras e armas.

            Os têxteis do museu incluem tapetes flamengos e persas, tapeçarias e uma grande coleção de rendas trabalhadas à mão. A casa em si é um espetáculo à parte, com todas as suas obras de arte elegantemente distribuídas em ambientes que representam galerias – muitas delas redecoradas em meados de 1800 para exibir a luxuosa coletânea.

Museu Bagatti Valsecchi

            Várias coisas tornam este um lugar especialmente interessante para se visitar. Dois irmãos no século XIX passaram suas vidas colecionando móveis e artes decorativas para fazer o interior de seu palácio renascentista ter a aparência original.

            Ao invés de salas e vitrines repletas de pinturas, você verá também uma casa da época em perfeito estado e ainda habitável, além de poder acompanhar o processo de coleta através da excelente sinalização. Assim, é possível compartilhar um pouco da emoção da perseguição em meio às informações históricas e artísticas de cada peça. Além de tudo isso, encante-se com móveis, tapeçarias, vidros, livros, itens infantis e pinturas de mestres da Renascença em um ambiente doméstico. É como fazer uma verdadeira viagem no tempo!

Museu Nacional de Ciência e Tecnologia Leonardo da Vinci

            Instalado em um antigo mosteiro, o museu ilustra a história da ciência e da tecnologia, desde o trabalho dos primeiros cientistas até os tempos modernos. De particular interesse é a Galeria Leonardo da Vinci com modelos de trabalho de muitas de suas invenções e máquinas, criadas a partir dos desenhos originais de Da Vinci.

            Nas exibições de física estão os aparelhos usados por Galileu, Newton e Volta, e há seções relacionadas à ótica, acústica, telegrafia, transporte, navegação, ferrovias, voo, metalurgia, veículos motorizados, cronometragem e madeira. Ao todo, são mais de 15.000 objetos técnicos e científicos que representam a história da ciência, da tecnologia e da indústria.

Basílica de Sant’Eustorgio

            A basílica românica de Sant’Eustorgio foi construída nos séculos XII e XIII, e seu belo campanário foi acrescentado um século depois. A fachada só foi adicionada ao edifício em 1863. Um pouco adiante você encontra a Cappella Portinari, de Michelozzo em 1462-68, um dos primeiros exemplos da arquitetura renascentista. Os afrescos são do renomado pintor Vincenzo Foppa.

            Não muito longe de Sant’Eustorgio está outra igreja, San Lorenzo Maggiore, que data do período cristão primitivo. Sua cúpula renascentista foi acrescentada em 1574, mas os mosaicos da capela de Santo Aquilino são do século IV. Em frente à igreja, o pórtico de dezesseis colunas coríntias é o maior monumento sobrevivente do Mediolanum romano.

Civica Galleria d’Arte Moderna (Galeria de Arte Moderna)

            Residência de Napoleão quando ocupou Milão, este palácio em frente ao Giardini Pubblici era novo quando foi tomado. Hoje, ele mantém seu trabalho original em estuque e detalhes decorativos em seu interior, o que aumenta seu interesse como uma vitrine para a extensa coleção de arte moderna de Milão.

            A ênfase é na arte italiana, do romantismo do século XIX aos pós-impressionistas, mas as coleções são muito mais amplas, com obras de Renoir, Picasso, Matisse, Rouault, Modigliani, Dufy e Vuillard. Existe um extenso grupo de esculturas neoclássicas de Canova e seus contemporâneos. No terreno há um jardim de estilo inglês e um jardim botânico, e ao lado estão os gramados, jardins de flores e playgrounds dos jardins públicos. Um encanto de galeria!

            Na próxima semana estaremos de volta com mais um destino surpreendente! Boa viagem!

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