Rua do Túnel, no Quissamã, está cedendo e soma buracos desde a chuva do último dia 15 em Petrópolis

Raphaela Cordeiro/Redação Correio da Manhã

Moradores da Rua Dona Beatriz, conhecida como Rua do Túnel, no Quissamã, em Petrópolis, denunciaram ao Correio da Manhã a falta de assistência à região. A denúncia aponta que a localidade soma diversos buracos e que a rua está cedendo. Segundo moradores, na semana da tragédia, a Defesa Civil esteve na localidade, observou os problemas, mas quase um mês depois, o órgão não retornou e nenhuma casa foi interditada.

Um dos buracos abriu bem na frente da oficina do Flávio, que já está há quase um mês sem conseguir trabalhar. “Eu estou sem trabalhar há um tempão e estou dependendo deles consertarem. Eu tenho até carro pra tirar de dentro da oficina. Mas sem consertar a rua, não consigo tirar o carro. Eu dependo disso pra trabalhar. Tenho pensão para pagar e eles não resolvem nada”, disse Flávio Roberto, dono da oficina.

Os problemas no local já acontecem há anos. A Rua do Túnel tem esse nome por ter uma galeria pluvial que passa por baixo dela, conhecido como Túnel Extravasor. Segundo a Prefeitura de Petrópolis, a obra de manutenção do túnel é de responsabilidade do Instituto Estadual do ambiente (INEA). Com a forte chuva, os problemas estruturais da via se acentuaram.

A cabeleireira Luciene Cristina, foi até um dos bueiros e nos mostrou que, com a força da água, a galeria já cedeu pelo menos mais um metro. “A rua está em risco porque está cedendo toda. Esse túnel foi feito há 50 anos, então as laterais estão gastas e o fundo do rio também. Já tem sete buracos grandes na rua e colocando todo mundo em risco”, contou a cabeleireira.

No início da rua, há um buraco de aproximadamente 3 metros de diâmetro que abriu no dia 15 de fevereiro. Porém, esse já é um problema recorrente há pelo menos 30 anos. A cada chuva que acontece na cidade, esse buraco volta a abrir e atrapalha a vida dos moradores, inclusive o projeto social que ajuda vítimas das chuvas, do qual, a Pâmela é idealizadora. “Esse problema com esse buraco é antigo. Há mais de 30 anos eles vêm abrindo. Nós temos uma sede do projeto social para receber doações aqui na rua e o fluxo de carros, com esse buraco, é comprometido. Pra gente receber e distribuir para as vítimas, fica complicado”, disse Pâmela Mercia, idealizadora do Projeto Social ‘Todos juntos, ninguém sozinho’.

Os moradores fizeram um Registro de Ocorrência (RO) solicitando uma outra visita da Defesa Civil. O engenheiro Thiago Vasconcellos, montou, voluntariamente um relatório apontando os principais problemas do local. O documento aponta que “com as chuvas, a galeria pluvial subterrânea da rua Dona Beatriz começou ou voltou a apresentar problemas estruturais” e ainda pelo menos três casas tiveram suas estruturas afetadas, inclusive com afundamento do piso. O relatório aponta ainda que é recomendada a interdição parcial das residências com base nos fatos avaliados no momento da visita. O laudo não é oficial, pois só a Defesa Civil pode gerá-lo.

O INEA informou que após as chuvas, foi realizada uma vistoria de campo, na qual foram constatados alguns trechos do Túnel Extravasor danificados, necessitando de recuperação estrutural, além de pontos de pavimentos que devem ser recompostos. Além disso, está em andamento no INEA o projeto que tem como objeto o “estudo de alternativas e elaboração de projetos básicos e executivos para controle de inundações do centro histórico do município de Petrópolis”, tendo como valor mais de 4 milhões de reais. Ainda de acordo com o instituto, as soluções propostas nesse contrato irão nortear a elaboração do orçamento das intervenções para as futuras contratações, a fim de equacionar os problemas das enchentes no centro histórico de Petrópolis.  Em um primeiro momento, o centro histórico será priorizado com três intervenções:  o Túnel Extravasor do Rio Palatinato, o redimensionamento do canal do Centro e do Quitandinha e a macrodrenagem do bairro Coronel da Veiga. A previsão é que a obra seja licitada até junho. O Instituto Estadual do Ambiente disse também, já executa um estudo que contempla toda a cidade, custeado pelo governo federal.

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