Familiares realizam ato em memória às vítimas da tragédia em Petrópolis 

Larissa Martins/Redação Correio da Manhã

Lágrimas, dor e lembranças. Estas foram as palavras que marcaram o ato, realizado nesta terça-feira (15), na Praça da Águia, em memória às vítimas da tragédia que assolou Petrópolis, em fevereiro. A homenagem foi organizada pelos próprios familiares dos vitimados. O cenário, em frente à Câmara Municipal, se tornou um memorial, onde 233 cruzes foram erguidas, representando o número de vítimas. Sobreviventes da tragédia participaram com depoimentos sobre os momentos de terror vivido durante a enxurrada.
A Jussara Aparecida é uma sobrevivente. Ela ficou soterrada juntamente com a família. Dois dos quatro filhos dela foram encontrados sem vida nove dias depois, a Julia, de 18 anos, e o Antony, de dois anos. “Eu enterrei a minha filha com o caixão fechado, porque o corpo já estava em decomposição quando os bombeiros a encontraram. O que está me dando forças para continuar são meus outros familiares que sobreviveram comigo. E não é apenas hoje aqui no ato, eu vou lembrar deles a todo momento, seja na praça, na rua, o resto da minha vida”, desabafou.
Participaram do ato, também, os familiares dos desaparecidos, que há um mês sofrem a angústia de não obterem respostas. Todos vestidos de branco como uma forma de amenizar este momento tão difícil.
O Leando da Rocha é o pai do Gabriel que estava em um dos ônibus carregados pela enxurrada. O corpo do jovem foi encontrado após dias de buscas. “Para mim, ele não morreu. Ainda não caiu a ficha de que ele morreu, porque ainda sinto o meu filho vivo comigo. O meu apelo é que não podemos desistir das buscas, porque ainda existem pessoas desaparecidas”, ressaltou.

Foto: Thiago Alvarez/Correio da Manhã

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