TVC Correio da Manhã recebe medalha “Mérito da Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro”

Gabriel Faxola/Redação Correio da Manhã

Solidariedade, esperança e mais de 233 homenagens. Na terça-feira (15) a tragédia que assolou a cidade de Petrópolis completou um mês. Para lembrar cada pessoa que perdeu a vida no maior desastre socioambiental já registrado no município, o bispo diocesano Dom Gregório Paixão celebrou uma missa, nos jardins do Palácio Guanabara, no Rio de Janeiro. O início da cerimônia foi conduzido pelo capelão do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro, Wagner Toledo.

Quatro pessoas ainda estão desaparecidas e as famílias aguardam por uma resposta. Durante a cerimônia foi lida uma nota de pesar do comando-geral do Corpo de Bombeiros, após a realização do hino “Soldado do Fogo”. O toque de silêncio foi replicado por todos os quartéis do estado ao mesmo tempo, em sinal de condolências às 233 vítimas fatais confirmadas e seus familiares.

“Nesses 30 dias de operação de resgate em Petrópolis testemunhamos o estado todo se aproximando por uma virtude que é muito marcante na vida de um bombeiro militar, o espírito de corpo. Um sentimento que traz essa característica tem base na confiança naqueles que ao nosso lado estão impregnados de amor pelo mesmo ideal. Foi com essa certeza, que convoquei os militares de vários quartei.” disse Leandro Monteiro, secretário de Estado da Defesa Civil.

Em entrevista exclusiva à Tv Correio da Manhã, o governador Cláudio Castro, falou sobre todo o esforço e empenho prestados pelo estado do Rio de Janeiro para ajudar Petrópolis e as vítimas. No dia seguinte a tragédia a cidade já contava com mais de 200 máquinas e funcionários do estado trabalhando em busca de sobreviventes. Apesar das dificuldades para ter acesso aos locais mais afetados, 24 pessoas foram resgatadas com vida.

“A minha decisão de ir até Petrópolis foi uma foto do secretário Matheus Quintal, que mostrava como a cidade era e como tinha ficado. Aquilo chocou a todos! Não tem como você ver a foto de um lugar que tinha um monte de casas e agora só tem um clarão, e não se emocionar. Então, mesmo estando presente em um importante evento, o Programa Governo Presente, eu pedi desculpas aos prefeitos que estavam lá e me retirei para poder ir à Petrópolis. Ainda levei o secretário Max Lemos comigo para ele rapidamente chamar os outros secretários e maquinários”, contou o governador Cláudio Castro.

Além de expressar o sentimento de pesar pelas mortes, Cláudio Castro destacou ainda a importância das verbas que foram destinadas à Petrópolis. “Nós realmente acertamos na ideia de um Comitê das Chuvas, que foi preparado para o caso de uma tragédia ou catástrofe. Fizemos um contrato intitulado Guarda-Chuva Grande e disponibilizamos nele R$ 700 milhões para ficarem em caixa. Assim evitamos as chamadas compras emergenciais, que normalmente geram gastos altos e sem planejamento prévio. Então o dinheiro só vai sendo gasto conforme as coisas vão acontecendo. Claro que não dá para falar do sucesso de uma operação de resgate em que mais de 200 pessoas perderam a vida, mas eu não tenho dúvidas que fizemos o correto”, disse Cláudio Castro.

Durante o evento, diversas autoridades, instituições militares e civis foram homenageadas pela atuação no momento das fortes chuvas em Petrópolis, entre elas, a TVC Correio da Manhã. Foram entregues medalhas de “Mérito Avante Bombeiro e Mérito da Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro”, após a celebração da missa.

“Nós que estivemos lá, que subimos no primeiro dia, e cada corpo que a gente viu sem vida será uma cicatriz em nossas almas”, disse o governador durante o discurso.

Alex Sandro Condé, de 42 anos, também compareceu ao evento e representou as famílias que perderam parentes na tragédia. O estampador morava no Morro da Oficina, no Alto da Serra, e havia saído da estamparia onde trabalhava, minutos antes do grande deslizamento, que destruiu dezenas imóveis e deixou centenas de mortos. Entre as vítimas fatais estavam o irmão de Alex, Ivan de 34 anos, o filho Kaique de apenas 18 anos e o amigo de infância Thiago de 35 anos.

“Meu maior bem eu perdi, que era meu filho. Minha casa não caiu, mas quando volto lá, eu lembro dos nossos planos. Eu ia comprar um carro para ele! Estávamos nos preparando para comprar uma casa fora do Morro da Oficina, já não me sentia bem ali, e sempre conversava disso com ele. Mas infelizmente não deu tempo.”, relatou Alex Sandro Condé.

“A saudade é a presença da ausência”, esta foi uma das falas do Bispo Diocesano Dom Gregório Paixão, que sensibilizou todos que estavam presentes. Ainda de acordo com ele, o momento agora é de solidariedade e união, para que seja possível transformar o cenário atual de Petrópolis, e para finalizar, ele completou: “Que a nossa memória esteja sempre em alerta, não podemos esquecer o trabalho que precisamos desenvolver em favor de todos, e principalmente, daqueles que perderam tudo”, disse.

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