Pelo menos cinco mortes já foram confirmadas em decorrência das chuvas de domingo (20) em Petrópolis

Para os petropolitanos parece reprise. Um filme que todos já assistiram. Ruas alagadas, deslizamentos e muita lama. A cidade foi atingida, mais uma vez, por fortes chuvas neste domingo (20). Já são pelo menos cinco mortes confirmadas, sendo duas no Morro da Oficina, duas na Rua Washington Luís e uma no Valparaíso. Ainda há três pessoas desaparecidas e 34 foram resgatadas com vida.

As cruzes que foram colocadas na Praça da Águia no dia 15 de março, para homenagear as 233 vítimas no dia que completou um mês da tragédia, foram arrastadas pela força da água de mais uma enchente. Agora, 35 dias depois, mais vidas foram levadas pelas chuvas. A cicatriz que ainda não havia curado voltou a sangrar.

Na segunda-feira (21), tinham poucas pessoas nas ruas. Se via apenas os trabalhadores da Companhia Municipal de Desenvolvimento de Petrópolis (COMDEP), que atuavam na limpeza. Quem precisou se deslocar até o Centro da Cidade se assustou, mais uma vez, com o comércio que foi fortemente atingido pela enchente. “É muito triste. Eu sei que a força da natureza não tem como explicar. A gente fica triste de ver esses comerciantes tendo prejuízo de novo. A natureza castigou de novo. Mas a gente tem é que levantar a cabeça e ter forças para seguir em frente”, contou o pintor Juarez Portela.

Já a cozinheira Genésia Barbosa, conta que mesmo morando há 60 anos da cidade nunca tinha visto uma tragédia desta dimensão. “A gente está vendo tudo de novo. Isso é um absurdo! As pessoas estão com medo, estão desesperadas e não querem sair na rua com tudo o que está acontecendo. Elas estão desamparadas e entregues à própria sorte. Não tem solução e nada é feito”, contou a cozinheira.

A Defesa Civil estadual e o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro atuam com cerca de 150 militares na cidade. De acordo com o boletim de ocorrências enviado pela prefeitura de Petrópolis, até às 16h de segunda-feira (21), ao menos 126 ocorrências já tinham sido registradas, destas 107 eram escorregamentos. Com a permanência das condições de chuva de intensidade moderada, a Defesa Civil reforça a orientação para que as pessoas que vivem em áreas de risco busquem um local seguro. Os pontos de apoio estão em funcionamento para acolher a população. Ainda segundo a Defesa Civil, todas as sirenes foram acionadas para o toque de mobilização e, durante a vigência da chuva, continuarão sinalizando o risco de escorregamento nas localidades.

Até o fechamento desta edição, a prefeitura de Petrópolis informou que estavam interditadas as Ruas Washington Luís, Estrada da Saudade, Estrada do Independência, Conde D’eu, 24 de maio, Lopes Trovão, Francisco Scali, Miguel Detsi, Rua do Encanto, Permínio Schmidt, Paulino Guimarães, a subida da Estrada do Cascatinha, Rua Manoel Francisco de Paula e Joaquim Rola. Parte da Rua Bingen, na altura da descida da Manoel Torres opera em mão dupla. A Rua Pedras Brancas está meia pista devido a uma cratera e queda de árvore próximo a entrada do condomínio Pedras Brancas e a Olavo Bilac até a Praça Pasteur também atua em meia pista apenas na Cristóvão Colombo frente ao número 1044. A Rua Lopes trovão, no meio da na serra velha da estrela, também foi interditada após a queda de uma barreira e moradores passaram a pé pelo trecho para conseguirem chegar até as suas casas.

O Setranspetro informou que as empresas Petroita, Cascatinha e Cidade Real voltaram a operar com algumas linhas ainda nesta segunda-feira. A TURP transporte se manteve com 85% da frota circulando na Posse, Itaipava e regiões de Nogueira e Corrêas para o Centro.

Raphaela Cordeiro
Foto: Wendel Fernandes

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