Ao longo da segunda-feira (21/03) a equipe da TVC Correio da Manhã acompanhou parte das buscas que têm sido realizadas na Rua Washington Luiz, em Petrópolis. A situação por lá é dramática! No local uma casa de três andares foi atingida por um deslizamento de terra no último domingo (20), e ao menos duas pessoas morreram. Outras quatro estão desaparecidas. Apenas uma pessoa e um cachorro de estimação, chamado Delúbio, foram encontrados com vida.

“As equipes de busca do 15° Corpo de Bombeiros de Petrópolis se concentram em verificar a possibilidade de mais vítimas soterradas na localidade”, esclareceu o Secretário da Defesa Civil de Petrópolis, Gil Kempers.

O Estado do Rio de Janeiro acionou o plano de contingência na tarde do último domingo (20), e desde então segue presente em Petrópolis com mais de 180 bombeiros.

“Esses militares que estão na cidade, trabalham na Região Serrana, outros são da capital e especialistas na atuação de desastres naturais. Sabemos que podem haver vítimas com vida nos escombros, então nosso trabalho será incansável. Nossos cães estão aqui para nos ajudar”, esclareceu o Major e Porta-Voz do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro.

Ainda de luto, Leandro da Rocha, pai do Gabriel, uma das vítimas da tragédia que ocorreu no dia 15 de fevereiro, também esteve presente nas buscas. Para ele, é fundamental que as pessoas não esqueçam de quem ainda está desaparecido.

“Existem ainda três pessoas daquele ônibus que precisam ser resgatadas, o Pedro Henrique, Heitor e Antônio Carlos. Estamos nestas buscas incansavelmente e eles até hoje não foram encontrados. A gente precisa de voluntários e apoio para podermos achar cada um deles, em respeito à eles e seus familiares”, disse.

De acordo com o presidente da Câmara dos Vereadores de Petrópolis, Hingo Hammes, a parceria entre o Governo do Estado e do Município tem ajudado principalmente no resgate das vítimas.

“Nós tivemos com o Governador e o Prefeito em uma reunião onde as equipes já estão aqui para ajudar. Esperamos que as obras, limpeza e desobstrução dos bueiros sejam feitas para minimizar os impactos durante as próximas chuvas”, esclareceu.

Os sentimentos têm sido de tristeza, angústia e desespero. Diante da destruição muitos petropolitanos decidiram esvaziar as casas onde vivem porque estão com medo de novos temporais e deslizamentos.

“Muitas perdas! A gente batalha a vida inteira para comprar uma coisinha e ter uma tranquilidade mas não têm como, agora é erguer a cabeça e ir para a frente de novo, saúde eu tenho para conquistar”, desabafou o operador de máquinas, Amaurir Marciano da Silva.

Pano de chão, vassoura e muita água, os comerciantes do local precisaram se esforçar para limpar mais uma vez as lojas na Washington Luiz.

“Todos os lojistas tem que desistir daqui. Não têm mais condições. Perdemos tudo de novo! Nada é feito nesta cidade! Todo ano o rio enche e nenhuma providência é tomada”, disse a gerente Rosângela Rodrigues.

Na loja de ferragens do Pedro Cabral, a água chegou a um metro e meio de altura. As marcas estão visíveis nas paredes. Na gaveta em que ele guardava o troco, muita água e notas completamente molhadas.

“Em 35 dias duas catástrofes destas aqui. Quem será responsabilizado?”, desabafou o comerciante.

Gabriel Faxola