Petropolitanos se manifestam em frente a prefeitura e pedem moradias seguras

Na manhã de hoje (23) dezenas de pessoas afetadas pelas chuvas se manifestaram em frente a Prefeitura de Petrópolis, para cobrar soluções após as tragédias registadas na cidade e pedir moradias seguras. Muitos sequer conseguiram o aluguel social. A prefeitura recebeu alguns líderes comunitários para ouvir as reivindicações.
“Cadê as obras? Se as pessoas andarem pelos bairros perceberão que não há limpeza, não tem gente trabalhando nos locais afastados do Centro Histórico, toda vez que chove, morrem mais pessoas! O Aluguel Social não saiu até agora”, disse a manifestante Juliana Nogueira.
O sentimento dos manifestantes, é de raiva, angústia e medo, já que muita gente ainda mora em áreas de risco. De acordo com que vive na Rua Itália, localizada no Valparaíso, que foi fortemente atingida no dia 15 de fevereiro, a limpeza e busca inicial pelos corpos foi feita apenas pelos moradores. A situação de quem mora no local é de angústia.
“As coisas aconteceram a mais de um mês! Perdi familiares e tudo que eu tinha. Eu preciso do Aluguel Social, mas o processo é muito burocrático, e os donos dos imóveis não querem alugar porque têm medo que o governo atrase ou não pague o benefício”, disse Cristiane Prandino.
Claudineia morava com quatro pessoas na Rua João Felippe Klippel. A casa dela também ficou destruída. “É uma dor que vocês não têm noção! Eu trabalho fazendo roupas de academia e perdi todo o meu maquinário. A sensação é horrível”, desabafou.
Além de reivindicarem moradias seguras e a liberação do aluguel social, os manifestantes pedem por um prefeito mais presente. “Nós sabemos que tem verba para isso! Perdemos tudo e precisamos de ajuda com urgência. Mas o tempo aprece não fazer diferença para o prefeito que tem casa, alimento e a família protegida”, disse Cristina Kribel.
Moradores do Alto da Serra também estiveram presentes no protesto. “Eu tenho dois gatos e todas as casa que eu arranjo os proprietários não aceitam animais, sem contar que sem a liberação do aluguel social eu tenho que tirar o dinheiro do meu bolso. Voltei para casa e agora vivo com medo de uma encosta que tem atrás do imóvel” , contou Sônia Rodrigues.
Lucia Maria, tem 42 anos, e mora com o filho no Floresta. Eles estão há mais de um mês na casa de parentes. “Nós lutamos muito para construir tudo que temos, e ter que começar do zero é muito complicado”, disse Lucia Maria.
Na parte da tarde, o protesto se estendeu para a Rua do Imperador, na altura do Obelisco. “Estamos abandonados! Na Rua Nova caiu tudo. Ninguém consegue tirar as coisas de dentro de casa, eu por exemplo, estou em um abrigo, mas não tenho assistência. Nossa vida é muito mais que cesta básica e doações de roupas”, lamentou Lidiane Machado.