MPRJ está com documentos referentes aos aluguéis sociais de Petrópolis, sob custódia na 4ª Vara Civel.

Três oficiais de Justiça em busca de contratos de Aluguel Social realizados por Petrópolis, estiveram na Secretaria de Assistência Social, hoje, 09/04, com a finalidade de verificar possíveis irregularidades nesses documentos. O material está sob custódia na 4ª Vara Civel, para investigação e apuração detalhada.
Sobre o assunto, a Secretaria de Assistência Social ressaltou que não houve ação de busca e apreensão na sua sede e sim, o cumprimento de entrega de documentação. A Secretaria ressaltou ainda que todos os cerca de 1.700 contratos do Aluguel Social estão em conformidade com a legislação, sem nenhum tipo de irregularidade. A Secretaria está à disposição da justiça para esclarecer todas as dúvidas e questionamentos.
A busca por estes documentos faz parte de um compromisso assumido pelo MPRJ, em audiência especial na 4ª Vara Cível de Petrópolis, ocorrida na última terça-feira, 05/04, em que o Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro (ITERJ), comprometeu-se a iniciar o processo de regularização fundiária nas comunidades de Petrópolis ameaçadas por riscos de deslizamento.
Com isso, deverão ser apresentadas soluções para questões ambientais, urbanísticas e de reassentamento, quando for o caso, estudos técnicos ambientais para resolução de situações de risco, e um cronograma de serviços e obras de infraestrutura nos locais. Participaram da audiência a procuradora de Justiça Denise Tarin, coordenadora do projeto Morte Zero, e as promotoras de Justiça Zilda Januzzi, titular da 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Petrópolis, e Vanessa Katz, titular da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Petrópolis, além de moradores das comunidades.
“Este é um feito inédito na cidade de Petrópolis, pois nunca na história do município foi realizada uma regularização fundiária plena, apenas a mera entrega de títulos aos moradores, sem que se fossem dadas as condições necessárias para que essas residências estivessem em áreas efetivamente seguras”, destacou Zilda Januzzi. Em sua promoção, o MPRJ apontou que os processos referentes à audiência buscam a regularização fundiária plena das comunidades 24 de maio, área 1 do PAC Alto da Serra, Morro dos Ferroviários e Lopes Trovão, de acordo com o artigo 9º da Lei 13.465, de 2017, que define a regularização fundiária como “um procedimento que visa assegurar medidas jurídicas, urbanísticas, ambientais e sociais destinadas à incorporação dos núcleos urbanos informais ao ordenamento territorial urbano e à titulação de seus ocupantes”.
O ITERJ se comprometeu a apresentar, em um prazo de 45 dias, uma proposta de solução para a regularização plena da comunidade 24 de maio, que será a comunidade-piloto do projeto, além de um cronograma posterior para atendimento das demais comunidades. A proposta deverá incluir um diagnóstico especial nas comunidades, com indicação de intervenções possíveis e medidas de prevenção para eliminar áreas de alto risco nos locais.