Rock The Mountain movimenta Petrópolis no 2º fim de semana do evento

Caetano Veloso, Djavan, Gal Costa, Alceu Valença, Silva e Marina Sena e muitos artistas petropolitanos. A cidade ficou pequena para o “Rock The Mountain”, festival que atraiu mais de 50 mil pessoas em apenas dois fins de semana, no distrito de Itaipava, em Petrópolis. Muita gente fez questão de subir a serra para conferir de pertinho a grandiosidade do evento. Nem mesmo o Carnaval fora de época foi capaz de diminuir o brilho do festival.

“Com o Carnaval acontecendo nesta semana, o festival até superou as expectativas! Estávamos esperando pouco mais de 11 mil pessoas por dia e chegamos a 13 mil. Estamos muito felizes com o resultado destas duas semanas de festival”, disse Fabricio Bahruth, idealizador do Rock The Mountain.

Quem compareceu à festa pôde conferir o Bunglee Jump, Roda Gigante, um espaço com música e jogo de luz, chamado “Fervo”, além de passeio de Balão e mais de três palcos. O maior festival da Região Serrana virou um marco histórico para Petrópolis. A harmonia entre os presentes também chamou atenção. A chamada “good vibes” definitivamente marcou presença em todos os dias de festival.

“Eu vim na última edição, era bem menor, quando eu cheguei fiquei impressionada com o tamanho desta edição! Está irado”, disse Vanessa Vicente, moradora do Rio de Janeiro.

Álefe Gonçalves, que veio de São Paulo só para assistir o festival, também ficou animado. “Todos os artistas que eu gosto estão aqui! Pelo line-up eu vou ter uns 10 minutos de descanso entre os shows, porque tem muita gente que eu gosto, estou com a energia lá em cima, estou preparado para os dois dias”, disse.

Para o maquiador Artêmio Damasceno, acompanhar de perto todas as atrações que mais gosta foi um verdadeiro desafio. “A line-up está maravilhosa! Muita atração que eu quero ver nos três palcos, então o jeito e correr de um lado para outro para não perder nada. Estou muito eufórico”, disse.

Cada detalhe do evento foi pensado, inclusive os locais instagrameáveis, que atraíram boa parte do público, que aproveitou para atualizar as fotos do feed. Nas redes sociais, milhares de posts com a #RockTheMountain divulgaram ainda mais a festa. Roupas com muita cor, estilo, e originalidade também foram destaque. Os irmãos Marco Antônio e Kildary por exemplo, não perderam a oportunidade de colocar a criatividade em evidência e apostaram em looks originais. Cada peça foi escolhida a dedo para mostrar exatamente a proposta individual deles.

“Eu vim em uma proposta monocromática! Sou estudante de moda e figurinista e quando posso mostrar meu trabalho aproveito a oportunidade!”, disse o figurinista, Kildary Campos.

Já o monitor de educação Marco Antônio apostou nas cores fortes. “O meu look tem uma proposta afro-futurística, neon está em alta, tanto de dia quanto a noite chama bastante atenção”, disse.

No Rock The Mountain ninguém fica de fora! A inclusão é uma das marcas registradas do evento, quem estava na “Área P.C.D” conseguia ver os dois palcos simultaneamente. Além disso foi instalado um banheiro acessível dentro do espaço, e em outras áreas do Parque de Itaipava.

“É um festival que está pensando na inclusão, todos os eventos tem que pensar nisso, é lei! A gente não está pedindo nem um favor, nós precisamos, já passou da hora de tratarem as pessoas com deficiência com a dignidade que elas merecem”, disse o multiartista Pedro Fernandes.

Já os deficientes visuais contaram com um serviço chamado “Faixas de Autodescrição”, a tecnologia tem o objetivo de fazer que eles vivenciem cada detalhe. A área de alimentação conta com cardápios em áudio para que todos consigam acessar aos menus dos restaurantes.

“Eles colocam fones nos nossos ouvidos e os intérpretes ficam descrevendo tudo que está acontecendo ao redor, do palco até as roupas que os cantores estão usando, ou seja, a gente além de ouvir a música, fica por dentro de tudo e isso é importantíssimo”, disse André Luiz.

O ator e dançarino Cláudio Moreno também é deficiente visual e ficou feliz em poder experenciar muitas coisas do festival. “O evento é maravilhoso! Acho bem legal que as empresas estejam pensando no público com deficiência visual. Eu trabalho com arte e acho isso muito importante porque me ajuda com as minhas inspirações criativas”, esclareceu.

A cantora Budah, dona dos hits: “Licor”, “Lingerie” e “Terra de Buda”, conhecida por participações no Projeto Internacional Colors e no Poesia Acústica 12, estreou com apresentações solo em festivais.

“Poder fazer um festival com nomes que sempre fui muito fã é indescritível, maravilhoso! É uma realização pessoal muito grande. Conheço várias pessoas do mesmo lugar que eu, que estão há anos nesta caminhada e eu estou tendo o privilégio de conseguir levar meu trabalho a outros e estados e países”, contou a cantora.

A menina que cresceu no Espírito Santo, hoje é uma das maiores vozes do cenário do rap nacional, e sabe o quanto é importante não desistir dos sonhos. “Há cinco anos atrás ninguém sabia que eu cantava. Quando alguém se encontra na música as coisas vão acontecendo naturalmente, mas quem quer começar tem que ter paciência. As coisas demoram mesmo, tem que estudar bastante, ter persistência e paciência”, finalizou Budah.

O festival também aproveitou o sucesso de público para propagar mensagens e atitudes que ajudam o meio ambiente. Em todos os dias do Rock The Mountain, uma parceria com o “Projeto Água” possibilitou que as pessoas pudessem ajudar no plantio de mudas de árvores no Parque Municipal Prefeito Paulo Rattes.

“Pelo o que a gente vive, a escassez de água é uma realidade, e saber que o reflorestamento aumenta a quantidade de água é algo realmente muito importante! Além disso, sempre tem que ter a consciência de economizar água para um mundo melhor”, disseram os analistas Jaqueline Lopes e Lucas Knust.

Para diminuir a venda de garrafas plásticas descartáveis, a organização do evento instalou diversos bebedouros pelo parque, onde as pessoas puderam reabastecer gratuitamente os copos e garrafas. A iniciativa agradou ao público, principalmente Thaís Lima, que estava com a filha e aproveitou para ensinar a menina sobre a importância de ações que ajudam na preservação do planeta.

“Estou achando o evento maravilhoso, inclusivo, estou muito feliz de trazer minha filha para vivenciar isso aqui, o desenvolvimento cultural e social é maravilhoso”, esclareceu a bancária Thaís Lima.

A área de alimentação tinha mais de 100m², e com base no consumo de proteína animal da última edição, os responsáveis pelo evento fizeram uma projeção de qual seria o impacto do consumo este ano. O levantamento apontou que seriam usados aproximadamente 100 milhões de litros de água para a produção da carne que ia ser vendida no local, o equivalente a quantidade de água que 92 mil pessoas bebem por ano.

A parte da alimentação, tinha mais de 20 lojas com a alimentação vegetariana, Victor Fournel, um dos empresários no local, reconheceu a importância do posicionamento do festival: “Eu acho que realmente traz uma proposta muito legal, mudar um pouco o cardápio e testar algo diferente! Até para os clientes que conhecem novas coisas, de outras culturas, é super legal trabalhar com isso”, disse.

Quem passou pelo Rock The Mountain afirma que o evento realmente entrou para a história da cidade. Já os que não puderam comparecer não precisam ficar tristes, pois mais uma edição do festival já tem data marcada ainda para este ano. A energia do Rock The Mountain subirá a Serra novamente nos dias 5, 6, 12 e 13 de novembro. Atrações como Gilberto Gil e Gloria Groove já foram confirmadas.

“A ideia é a gente botar 20 mil pessoas por dia aqui, tentar incluir mais ainda Itaipava, Petrópolis, Teresópolis! Tudo que pudermos incluir das redondezas é importante. Queremos fazer side-show’s em locais clássicos de Petrópolis, não sei se nesta edição de novembro vamos conseguir, mas planejamos fazer isto a longo prazo”, finalizou o idealizador do Rock The Mountain, Fabricio Bahruth.

Por Gabriel Faxola

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