Quatro meses da maior tragédia socioambiental registrada em Petrópolis

Quatro meses após a primeira chuva que destruiu lares, famílias e deixou 234 mortos e três pessoas desaparecidas, as marcas ainda são visíveis em Petrópolis. São muitos os sobreviventes, à espera de uma nova oportunidade. De acordo com a Secretaria de Assistência Social de Petrópolis, 3.279 famílias que perderam as casas nas chuvas dos dias 15 de fevereiro e 20 de março, já foram cadastradas no aluguel social. Vinte e nove pessoas seguem desalojadas nos abrigos da cidade, à espera do benefício, à espera de um recomeço.

A Secretaria de Assistência Social informou que o prédio da Floriano Peixoto está em fase de obras nas instalações para atender famílias em vulnerabilidade social temporária. Segundo o Governo do Estado também estão em processo de licitação as obras de revitalização nos conjuntos habitacionais Moacyr Padilha, Sérgio Fadel, Castelo São Manoel e Quitandinha, por meio do Programa Casa da Gente. Além da construção de 350 imóveis em terrenos das regiões do Mosela, Itaipava, Benfica e Vale do Cuiabá. Foram investidos mais de R$ 620 milhões em intervenções emergenciais e obras de infraestrutura.

Desde o ocorrido, a Defesa Civil informou que foram mais de 12 mil laudos de vistorias de áreas e imóveis atingidos pelos temporais. “Chegamos a 12.500 laudos feitos nas localidades, se contarmos o período de janeiro até depois das chuvas. A Defesa Civil continua emitindo os laudos de pessoas que ainda registram as áreas que oferecem riscos”, disse o secretário de Defesa Civil, Gil Kempers.

Da dor, do sofrimento e da perda nasceu a esperança. O Leandro é o pai do Gabriel, uma das vítimas que estavam nos ônibus que foram arrastados pelas águas no Rio Quitandinha, no dia 15. O jovem foi encontrado nove dias após as buscas que mobilizaram familiares, o corpo de bombeiros e muitos voluntários. Para manter o legado do filho, o Leandro criou o Instituto Gabriel da Rocha, que tem como um dos objetivos, cobrar respostas dos órgãos públicos. “Não recebemos respostas desde fevereiro. Queremos respostas. O instituto vai cobrar ações de monitoramento e obras preventivas, para que novas tragédias sejam evitadas. Pois nada vai trazer de volta nossos familiares”, disse Leandro da Rocha.

Larissa Martins

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