Câmara dos Vereadores realiza audiência para tratar sobre o transporte público em Petrópolis

Os problemas com o transporte público em Petrópolis são inúmeros. Além de atrasos e quebras constantes, os usuários utilizam diariamente ônibus sucateados e sujos, além de precisarem arcar com novos aumentos na tarifa. Nesta terça-feira (19), a Câmara Municipal realizou uma audiência pública para debater sobre o serviço de transporte público prestado em Petrópolis. Foram convidados para participar do debate representantes da prefeitura, CPTrans, Defensoria Pública, líderes comunitários e sociedade civil. Nenhum representante do Sindicato das Empresas de Ônibus (Setranspetro) compareceu.
No início de julho o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) negou um pedido do sindicato das empresas de ônibus para suspender uma decisão judicial que determina a retomada da frota de ônibus em 100% da capacidade. A decisão de retomar com a operação completa das linhas foi publicada pelo Juiz Jorge Luiz Martins, da 4ª Vara Cível de Petrópolis.
Mesmo com essa decisão do Tribunal de Justiça, até hoje, a frota segue reduzida. As empresas entraram com um recurso alegando que a CPTrans permitiu que a frota fosse reduzida em 10%, em 2021, quando 35 ônibus foram vendidos pelas empresas. O sindicato destaca que as multas impostas na decisão, em caso de descumprimento da ordem judicial, poderiam gerar danos às empresas.
Durante uma audiência, foi questionado ao presidente da CPTrans, e também ao Setranspetro, que não tinha representantes presentes, quais seriam os motivos para a frota ainda não ter sido retomada em sua totalidade. “As empresas não estão, conforme nosso relatório, cumprindo 100% da frota. Uma companhia começou a cumprir neste final de semana, a Cidade das Hortências. O papel da CPTrans, o papel da prefeitura, de cobrar e solicitar o retorno da frota, está sendo feito. O sindicato tem as desculpas deles. Agora a minha pergunta é, porque o sindicato não está aqui? Cadê o sindicato para conversar com a população. Eu respondo pela Companhia e pelo meu CPF”, disse o diretor-presidente da CPTrans.
Na audiência realizada pelo 4ª Vara Cível, ficou determinado que a CPTrans é a responsável por fiscalizar o trabalho destas empresas, realizando relatórios diários informando o número de ônibus que circulam na cidade. A decisão determina multa automática de R$ 367.794,04 e diária de R$ 80 mil ao Setranspetro. A empresa infratora paga R$ 100 mil de multa caso a decisão não seja cumprida.
Também nesta terça-feira (19) representantes União das Lideranças Comunitárias de Petrópolis (ULC) manifestaram no terminal rodoviário de Itaipava, exigindo o retorno de 100% da frota dos coletivos comuns e da linha executiva, para que todos os horários que atendem Itaipava, Pedro do Rio, Rio Bonito, Posse, Cuiabá, entre outras regiões, voltem a normalidade. “O povo precisa ter direitos, porque nós só temos deveres. Cadê nossos direitos? Nós temos o direito de andar em um transporte que seja útil para a gente. É tanta coisa que a gente precisa reivindicar que a gente fica perdido, como liderança comunitária”, disse Cássia Hammes, representante da ULC.
Por Raphaela Cordeiro