Estado do Rio de Janeiro registra 72 mil casos de estelionato em 2022

Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), nos primeiros sete meses deste ano, o estado do Rio de Janeiro registrou o maior número de estelionatos desde a série histórica, iniciada em 2003. De acordo com o instituto, foram 72.457 ocorrências. Em média o número é equivalente a 14 tentativas do crime por hora. Um aumento 107% nos crimes em relação ao mesmo período do ano passado. Do total, 54% dos casos (27.958) foram registrados na cidade do Rio.
A advogada, Mayara Vasconcellos, conta que o crime acontece quando uma pessoa tira vantagem econômica sobre a vítima. “Ele se configura nos golpes em que você recebe ligação para fornecer os dados, quando na verdade é o criminoso tentando roubar dinheiro, seja diretamente ou entrando em contato com o banco”, explica a especialista
Os casos de estelionato no Rio, inclusive, já superaram os de roubo. De cada seis registros de ocorrência de qualquer tipo de crime, um é referente a estelionato. Se a média atual de 10 mil golpes por mês for mantida, 2022 terminará com 120 mil casos de estelionato registrados. Em Petrópolis os números não são diferentes. Segundo o ISP, entre janeiro e julho deste ano, foram registrados 1.371 casos no município. Um aumento significativo de comparado com 2021 que registrou 520 ocorrências.
Marcelo conta que quase caiu em uma fraude pela internet, mas percebeu a tempo. “Eu queria comprar um carro e me enviaram fotos do veículo e da loja. Eu só percebi que era golpe quando ela me enviou um contrato para fazer um pré depósito. Consultei um advogado, ele apurou as informações para mim e viu que o endereço fornecido não existia. Eu já estava com o dinheiro em mãos para depositar”, conta o assessor, Marcelo Ananias.
Além do estelionato, outro golpe muito popular ultimamente, é o do Whatsapp, onde o criminoso finge ser um familiar para extorquir dinheiro da vítima. “Minha mãe quase caiu nesse golpe. Enviaram mensagem falando que era meu irmão e que precisava de dinheiro para pagar o concerto do celular, mas percebemos que se passava de uma fraude”, conta o técnico de celular, Oliver Medeiros.
A pena para quem comete esse crime é de um a cinco anos de reclusão em regime fechado, mas por conta do aumento nos casos, houve uma mudança na legislação, que determina o aumento da pena de quatro a oito anos quando o golpista usa de meio eletrônico para conseguir benefícios. Há também outro aumento quando a vítima é idosa. A legislação traz um amparo para quem está mais vulnerável.
Para quem já foi vítima é importante, caso os criminosos tenham roubado o dinheiro, entrar em contato com a agência bancária, além de registrar o boletim de ocorrência da delegacia.
Por Larissa Martins