Ao chegar no cemitério municipal de Petrópolis nesta terça-feira (20), o cenário era de abandono. Basta andar alguns metros que inúmeros problemas são flagrados. O espaço há muito tempo não recebe melhorias ou qualquer tipo de manutenção. Mas os problemas não são novos e vão além da estrutura. Em abril de 2021, os coveiros realizaram uma paralisação reivindicando ferramentas e melhorias nas condições de trabalho. No mesmo ano, uma família aguardou mais de uma hora para conseguir realizar o enterro por não terem covas disponíveis.

Em 2021, durante o governo interino, o edital estava em fase final de elaboração. O investimento previsto é de R$ 2 milhões e contempla a com a construção de um crematório vertical, mas enquanto a licitação não acontece, o cemitério municipal, apresenta diversos problemas. Em alguns corredores é possível notar diversos túmulos, abertos e outros que ficaram danificados após os deslizamentos provocados pelas fortes chuvas registradas este ano na cidade.

Além disso, o cemitério tem sido alvo de inúmeros furtos. Peças de bronze que são utilizadas nas campas, são retiradas pelos criminosos. No ano passado, a estátua de bronze que havia no túmulo do escritor Raul de Leoni, que tinha quase um 1,8m de altura, foi levada sem qualquer dificuldade e até hoje não há pistas do paradeiro do importante objeto.

Nas quadras seis e sete foi possível flagrar nesta terça-feira (20), até mesmo ossadas expostas a céu aberto sem qualquer cuidado e à mercê de cães de rua. No ano passado, a prefeitura informou que deu início ao processo de concessão para os seis cemitérios da cidade. A empresa contratada seria responsável serviços de gestão, manutenção, exploração, revitalização e expansão do espaço, o que reduziria os gastos públicos empregados atualmente.

Mesmo com a mudança, o município garantiu que a gratuidade para as famílias que não tem condições para realizar sepultamentos, permaneceria. Mas enquanto as modificações não acontecem, a população ainda deve se deparar por algum tempo com o estado de abandono do cemitério municipal.

Por Richard Stoltzenburg