Enfermeiros se manifestam no Centro de Petrópolis

Na tarde desta quarta-feira (21) profissionais da enfermagem foram às ruas demonstrar a revolta contra a decisão do Supremo Tribunal Federal, que suspendeu a aplicação do piso salarial da enfermagem na última sexta-feira. A lei 14.434 de 2022, a favor do enfermeiro, técnico de enfermagem, auxiliar de enfermagem e da parteira foi sancionada em agosto pelo presidente, Jair Bolsonaro, com o piso passando a ser de R$ 4.750. Já para técnicos de enfermagem o valor seria de R$ 3.325, e auxiliares e parteiras de R$ 2.275.
Luis Felipe Peixoto é técnico em enfermagem e ficou indignado com a suspensão. “Estamos aqui contra o STF que suspendeu nosso salário. Durante a pandemia deixei meus entes queridos para ir salvar vidas de quem eu nem conhecia. Eu peguei covid duas vezes no hospital. Está na hora da enfermagem ser reconhecida e valorizada”, disse o técnico
Nos cartazes, um pedido de respeito por parte do STF. De acordo com os manifestantes, é possível acontecer uma greve geral da categoria. “Vamos aguardar o STF nos dá uma posição, se for positiva, voltamos às atividades. Se não, corre o risco de fazermos greve”, explica a enfermeira Kerli Maia.
Segundo a categoria, o receio é que a suspensão do piso possa ser prorrogada além dos 60 dias, devido as eleições. O STF suspendeu o reajuste por 7×4. De acordo com os ministros, a justificativa é que o novo reajuste acarretaria em demissões em massa e na sobrecarga de funcionários. O impacto financeiro na máquina pública é estimado em R$ 16 bilhões.
A técnica em enfermagem, Márcia Onório conta que atua na profissão há 12 anos e em tantos anos nunca viu a categoria ser valorizada. “O STF pensa que em 60 dias a enfermagem não vai trabalhar? Nesse período a categoria cuida de muita gente, dos deputados que votaram contra, dos familiares. Estou revoltada ainda mais porque muitos profissionais não estiveram aqui hoje com medo de retaliação e de serem demitidos. Medo de lutar por algo que é direito deles. Estar dentro de um hospital com 30 pacientes, dar banho, medicar e não ser valorizado é uma decepção”, lamenta a técnica.
Larissa Martins