Confiança do comércio varejista cai 2,6% em setembro

Apesar da movimentação nas ruas, ver os consumidores com sacolas de compras nas mãos, se tornou quase raridade. Mesmo no Centro Histórico de Petrópolis, muitas lojas têm apresentado baixo índice de frequentadores. Dados da Confederação Nacional do Comércio De Bens, Serviços e Turismo mostram que o índice de confiança do empresário do comércio (ICEC) caiu 2,6% de agosto para setembro, e alcançou 125,5 pontos.
O resultado é preocupante já que está 2,7 pontos abaixo do nível registrado antes da pandemia da covid-19. Em contrapartida, em comparação a setembro do ano passado, a confiança dos varejistas aumentou 5,2%.
Para a empresária Bruna Alves, em setembro as vendas desaceleraram, e o que tem contribuído para que a loja permaneça de portas abertas é o e-commerce. “No mês de agosto temos transição de estoque então costuma ser mais movimentado, já setembro a procura diminui. Por isso, investimos também nas vendas online. A maior parte dos nossos clientes vêm por meio das redes sociais”, explica a empresária.
Ainda segundo o levantamento, as expectativas gerais dos comerciantes tiveram queda na passagem mensal, e registrou percentual negativo de menos 0,2%. As expectativas para o setor, nesse mês, caíram 0,5%. Mas em relação ao desempenho da economia nos próximos meses, o ICEC aponta que os comerciantes estão um pouco mais otimistas com registro de 0,4%.
Diego dos Santos é vendedor e conta que na loja de roupas íntimas, a busca por produtos tem sido alta, mesmo que setembro não esteja entre os melhores meses de vendas. “Em agosto, por conta dos eventos que tem acontecido na cidade as vendas foram positivas. Tanto moradores quanto turistas vieram comprar um número considerável de produtos. Entre os mais procurados estão calcinhas e produtos de sex shop”, conta o vendedor.
O ICEC observou ainda que o comerciante está mais cauteloso em relação aos investimentos. O aumento observado na intenção de investimentos em estoques foi de 1,2%, em setembro, após 2 meses de queda. E relação a setembro de 2021, a intenção cresceu 4,4%.
Segundo os consumidores, atualmente o dinheiro já vem contado para comprar os itens básicos necessários para casa. Por isso, até evitam passar em frente às lojas para que não caiam na tentação. “Eu sempre compro biscoito para a criançada, e outros alimentos, e geralmente pago no crédito que tem a vantagem de parcelar e não pesar no bolso”, conta a dona de casa, Maria Meireles.
Para Ingrid Moreira os preços dos produtos estão altos. “Eu vim agora do mercado e comprei açúcar, arroz e outros itens que estavam faltando em casa. Atualmente as mercadorias tiveram uma alta no preço, então eu já venho com a lista do que preciso comprar”, disse a balconista.
Por Larissa Martins/ Imagens: Marlus Renato e Wendel Fernandes