Prefeitura desperdiça R$ 3,5 milhões da tragédia

Passados oito meses da tragédia, o prédio adquirido pela Prefeitura em caráter emergencial para receber os desabrigados da tragédia continua vazio. O prefeito Rubens Bomtempo determinou o gasto de R$ 3,5 milhões dos recursos emergenciais doados pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) para a compra do imóvel. A falta de planejamento do governo municipal está custando caro. Além das famílias que estão voltando para áreas de risco, há 34 pessoas que estão morando em um prédio com apartamentos em condições insalubres, no Quitandinha, custeado pelo Aluguel Social, e com o aval da Secretaria de Assistência Social.
A compra do prédio da Floriano Peixoto foi anunciada um mês após a primeira chuva, em 15 de março, com a finalidade de funcionar como um abrigo para as famílias vítimas da tragédia, para que as escolas que estavam funcionando como abrigo temporário fossem demobilizadas. Nenhuma família se mudou para o novo prédio e, até agora, o governo municipal não informou o que será feito com o imóvel.
Na última semana, o Correio esteve em um prédio na Rua Pernambuco, no Quitandinha, onde 10 famílias vivem em condições precárias. O imóvel, escolhido pela Secretaria de Assistência Social, tem problemas de infiltração, entupimento da rede de esgoto, mofo e rede elétrica. A Prefeitura diz que quando o prédio foi escolhido pela equipe do mutirão da Assistência não havia esses problemas, mas mesmo após a denúncia dos moradores e dos vereadores da Câmara Municipal, nada foi feito.
O presidente da Câmara, vereador Hingo Hammes, esteve no imóvel com os vereadores Fred Procópio e Domingos Galante e cobrou da Prefeitura providências para que as famílias sejam retiradas daquela situação. “Tivemos com as famílias novamente porque o proprietário nos procurou na Câmara Municipal e se colocou à disposição para fazer algumas correções no prédio. Porém, a gente sabe que isso não é tão rápido e que vai demorar. Quando as famílias mudaram para o prédio não tinha esses problemas com infiltrações e era novo. Ou estava maquiado ou, de fato, ele não tinha alugado o imóvel ainda e não conhecia os problemas”, explicou.
Após ter sido procurada, a Assistência informou que criou uma comissão para auxiliar na busca por outros imóveis para estas famílias.O proprietário informou à Câmara Municipal que já iniciou os reparos necessários e que a questão da infiltração depende da saída das famílias para que o reparo seja feito. A Prefeitura foi questionada o prédio da Floriano Peixoto, mas não respondeu.