Vereador afirma que Coordenadoria do Bem-estar Animal de Petrópolis está defasada

Assim como muitas outras cidades do país, Petrópolis viu aumentar o número de animais abandonados nas ruas após a pandemia. Na cidade, o número cresceu ainda mais após as fortes chuvas de fevereiro e março. Isto porque, com a crise econômica, muitas famílias não tinham mais condições de sustentar um animal ou, em consequência da tragédia, perderam suas casas. Inclusive, muitos dos que vivem do Aluguel Social não conseguem levar os pets para a nova moradia, já que os proprietários não aceitam.

De acordo com o vereador Domingos Protetor, o problema é ainda maior do que se imagina. “Essa situação está esdrúxula. Aumentou muito devido a pandemia, porque as pessoas achavam melhor abandonar os animais nas ruas do que passar fome com eles em casa, por causa do desemprego. E ainda tivemos as tragédias, deixando mais animais desabrigados. A situação está lamentável”, explicou.

O vereador explica ainda que o poder público não tem capacidade de absorver toda essa demanda e quem acaba atendendo esses animais são aos ONGs, que hoje, estão superlotadas. “Eu estou com mais de 100 animais abrigados, enquanto a Dog’s Heaven, por exemplo, já está com mais de 300. A gente não tem mais aonde absorver isso. Não só o tratamento desses animais é complicado, mas financeiramente, saindo do nosso bolso, tem vacinação, medicamento, ração e castração”, disse Domingos.

Por lei, todos os animais devem ser protegidos pelo poder público, seja pelo Governo do Estado ou Prefeitura. A Coordenadoria do Bem-estar Animal (Cobea) é responsável por implementar políticas públicas de educação, defesa e proteção dos animais no município. Mas, segundo o vereador, a coordenadoria hoje está defasada, realizando apenas o trabalho de fiscalização, o que não é suficiente. O vereador acredita que a Cobea deveria estar estruturada para atender os animais em situação de resgate e necessidade. “Por exemplo, no último sábado, os bombeiros resgataram um Pitbull que estava matando galinhas e outros animais na Posse. Vamos levar esse animal pra onde?”, disse.

O vereador acredita que um canil ou abrigo municipal não seria a melhor solução já que, na maioria das vezes, esses locais viram depósitos de animais e eles acabam não recebendo os cuidados adequados. Mas sim, o ideal seriam postos emergenciais, para onde os próprios bombeiros ou a Polícia Ambiental poderiam encaminhar esses animais resgatados. “Isso é responsabilidade da prefeitura. A prefeitura deveria ter um local adequado e apropriado para esses animais”, explicou Domingos.

Em nota a Coordenadoria de Bem-Estar Animal (Cobea), informou que é um órgão de fiscalização dos maus-tratos a animais domésticos e de fomento de políticas públicas voltadas à causa animal. A Cobea, integrantes do Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais (Comupa) e protetores de animais entendem que a política pública da causa animal mais eficaz deve ser feita com a intensificação das ações de castração, campanhas de conscientização e adoção responsável, mobilizações que já vêm sendo feitas pela Prefeitura, com o apoio do Comupa e ONGs.

A Prefeitura informou ainda, que realizou a castração de cerca de 1,2 mil cães e gatos, por meio de um castramóvel que ficou instalado na região do Quitandinha, e a Cobea realizou este ano, até o momento, cerca de 300 vistorias de maus-tratos. Até o momento, ocorreram 27 edições das campanhas de adoção onde 136 animais foram adotados com amor e responsabilidade.

A Cobea disse também, que atuou no resgate e encaminhamento de mais de 100 animais das áreas de risco a lares temporários previamente cadastrados. A Prefeitura realizou uma campanha nas redes sociais solicitando o apoio da população para abrigar temporariamente os animais que se encontravam em áreas de risco.

Além disso, a Cobea contou com apoio essencial de veterinários voluntários e das clínicas veterinárias Clinipet, Amiko e Gatos & Só, no tratamento e abrigamento temporário de animais resgatados.
A Cobea também auxiliou no transporte dos animais das famílias que precisavam fazer a mudança para novos lares e encaminhou as doações de ração aos mais necessitados.

Por Raphaela Cordeiro

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