Até 2030, 68% da população brasileira deve registrar excesso de peso

O Correio Petropolitano Debate abordou nesta quarta-feira (19) os índices de obesidade no país. No dia 11 deste mês foi celebrado o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 1,4 milhões de adolescentes estão acima do peso ou em algum nível de obesidade.
Até 2030, há uma projeção de que 68% da população brasileira esteja com excesso de peso, isso representa 7 a cada 10 pessoas. Os dados são da Pesquisa de Epidemia de Obesidade e das Causas e Custos no Sistema Único de Saúde. No Brasil, a prevalência do excesso de peso aumentou 12,8% de 2006 para 2019. O índice de obesidade também registrou elevação de 8,5%, atingindo mais de 20% da população.
A pesquisa ainda aponta que o SUS gasta cerca de um R$1,5 bilhão para o tratamento de excesso de peso e obesidade. A doença também é responsável por mais de 128 mil mortes e quase 500 mil hospitalizações. De acordo com a nutricionista Fernanda Medeiros, é importante que pais e responsáveis ensinem as crianças desde cedo. “É ideal evitar alimentos ultraprocessados e processados, pois são ricos em gordura trans, sódio e açúcares. Além disso, é necessário realizar campanhas de educação alimentar nas escolas”, disse.
Para a profissional de educação física, Nathy Merkalldo, o incentivo ao ruim é colocado desde pequeno para as crianças. “Os pais estão acostumados a dar recompensas para as crianças em forma alimentos ultra processados. Por exemplo, se ela fizer o dever de casa, vai ao Mcdonalds ou ganhará um chocolate. Esse costume já apresenta pra criança que aquilo é gostoso, apetitoso, que dá a sensação de prazer. Vale ressaltar que as pessoas comem pelos sentimentos muitas vezes. Se estou mal, vou comer algo para melhorar, se estou bem vou comer para comemorar e com isso vão surgindo os vícios”, explica.
A equipe do Correio Petropolitano Debate perguntou aos petropolitanos como tem sido a alimentação. Para a vendedora Maria Helena Viard, dar desculpas é mais fácil que realizar novos hábitos. “Temos o costume de dar desculpas ao invés de realizar as coisas, além de ser mais cômodo. É muito mais fácil eu comprar um suco de caixinha do que comprar a fruta e fazer um suco natural. É mais fácil eu comprar uma coxinha na padaria, do que uma maçã e os dois têm o mesmo preço. Na minha casa, dois familiares precisaram realizar redução de estômago. A obesidade é algo muito sério”, alerta.
Além das atividades físicas e de uma boa alimentação, beber água em quantidade ideal também é importante segundo as especialistas, pois a falta de líquido pode trazer problemas, além da desidratação. “A quantidade de água necessária varia de acordo com o peso da pessoa. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o cálculo de quanto de água deve-se ingerir todos os dias é feito por um cálculo. São 35 ml diários para cada quilo que temos. Ou seja, uma pessoa de 60 kg deve fazer a conta 60 kg x 35 ml”, explica a nutricionista Fernanda Medeiros. A falta de água pode levar a dores de cabeça, fadiga, tontura e em estágios mais avançados, até mesmo cálculos renais.
As atividades físicas devem ser realizadas com regularidade e com intervalo máximo de três dias. Nathy Merkalldo ainda relata a necessidade de conhecer o corpo antes de começar algum esporte. “Primeiramente a pessoa deve fazer algo que gosta e começar aos poucos. No caso de pessoas com excesso de peso, duas vezes na semana e com o tempo aumenta essa carga. Mas a orientação é que, caso a pessoa não realize atividades, academia, corrida, que ela mantenha o dia ativo, ou seja, evite ficar sentada muito tempo, caminhar em casa, ao buscar um produto na padaria, quitanda, ir a pé e não de carro, são algumas opções”, comentou.
Por Richard Stoltzenburg/Foto: divulgação Sec. de Estado de Saúde-RJ