Após quase três anos fechado em obras, o Palácio de Cristal volta a fechar as portas para novas intervenções no piso da área externa. Considerado pela Prefeitura como uma inovação, a nova pavimentação já começou a apresentar problemas e precisará passar por reparos pela empresa responsável pela obra. Quando o piso Fulget foi instalado, foi alvo de críticas por descaracterizar o entorno do monumento histórico.

De acordo com o anúncio feito pela Prefeitura, do lado de fora, o piso fulget será recuperado. Quando instalado, o material precisaria de mais tempo para chegar ao ponto máximo de resistência, mas para não prejudicar a realização da Bauernfest, o Palácio de Cristal foi reaberto. A prefeitura afirma que as intervenções não vão gerar novos custos para os cofres do município, já que as obras ainda estão em período de garantia.

Para Mauro Corrêa, presidente do Instituto Civis, entidade sem fins lucrativos, sempre há um custo. “Essa questão do custo é relativa. Sempre tem um custo e nada é de graça. No nosso entender o Palácio deveria ser pouco utilizado, no máximo para a Bauernfest. Com uso intensivo do espaço, a manutenção vai ficando cada vez mais necessária e mais cara. Os recursos da prefeitura são muito pouco para fazer isso sempre”, disse.

Depois dos 15 dias de Bauernfest, o Palácio de Cristal recebeu ainda o Serra Serata, festa que celebra a cultura italiana e o Bunka-sai, para celebrar a cultura japonesa. Para este ano está programado ainda o Natal Imperial, que tradicionalmente recebe a Casa do Papai Noel, e vai acontecer entre os dias 30 de novembro e 8 de janeiro de 2023.

“Esse uso maciço do Palácio de Cristal é prejudicial. Essa manutenção dos jardins é um gasto muito grande, um gasto de no mínimo R$ 500 mil por ano. Tem a mão de obra e tudo é um custo. Se fosse preservado, com exposição de flores e algo para resgatar a história e saber por que foi construído, teria um uso bem melhor e mais barato”, explicou o presidente do Instituto Civis.

A previsão é que o Palácio de Cristal seja reaberto no dia 18 de novembro, para a montagem do Natal Imperial, que vai começar 12 dias depois do fim dos reparos. A Prefeitura afirma que a empresa precisa de duas semanas ininterruptas sem chuva, para finalizar as manutenções, por isso, separaram um mês para garantir que as intervenções sejam finalizadas. Neste período, a entrada de turistas e petropolitanos não é permitida.

Reforma custou quase R$ 2 milhões aos cofres da Prefeitura

O investimento total na reforma do Palácio, feita através de licitação, foi de R$ 1,9 milhão. A empresa vencedora foi a Engeprat, responsável por todo o trabalho de reforma interna e externa. Além do alto custo, a reforma gerou uma outra polêmica. Neste ano, para a realização da Bauernfest, a Comdep desembolsou R$ 312.718,00 para fazer a locação dos banheiros químicos, jardinagem, conserto da bomba do chafariz e a parte elétrica e hidráulica.

A expectativa do governo era que o Conselho Municipal de Turismo (Comtur) pagasse a Comdep por esse trabalho, por meio do Fundo Municipal de Turismo (Fumtur). Na reunião do Comtur que aconteceu em setembro, o presidente da Comdep, Cedenyr Vieira, disse que ainda não tinha recebido nenhum repasse do Conselho para suprir estes gastos. Após as reportagens do Correio Petropolitano denunciando a falta de transparência no uso do Fundo, e por pressão dos próprios conselheiros, na última segunda-feira (17), a Prefeitura divulgou que o valor que seria utilizado para a Bauernfest estava depositado na conta da Secretaria de Fazenda, mas que seria transferido para o Fumtur.

Por Raphaela Cordeiro