Centro de Cidadania alerta para as condições da população LGBTQIAP+ em Petrópolis

Petrópolis tem registrado casos de discriminação e violência contra pessoas LGBTQIAP+. O Centro de Cidadania LGBT Serrana II, inaugurado no fim do ano passado na cidade, recebe denúncias especialmente de casos no ambiente escolar. De acordo com o coordenador do Centro de Cidadania LGBT Serrana II, Marcelo Prata, em cidades do interior a situação é ainda mais comum.

“A gente tem uma parcela bem grande em vulnerabilidade social. A visibilidade para esta classe ainda é baixa, a comunidade também precisa se agregar para todos lutarem pelos mesmos espaços e direitos. Estar nos espaços é extremamente importante, e precisam ser ocupados por todos”, disse.

Segundo uma pesquisa realizada pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), de janeiro a junho de 2022, o Brasil registrou 135 mortes de pessoas LGBTQIAP+. As maiores vítimas neste primeiro semestre são os gays, com 63 registros e mulheres trans, com 58.

De acordo com o coordenador, as denúncias de homofobia em sala de aula são frequentes.
“Seja por alunos, sejam profissionais da área, estamos tentando organizar um diálogo com as escolas. Os casos são variados, funcionários que fazem bullying com alunos, estudantes que falam coisas para os professores, a escola é um ambiente conflitante”, disse Marcelo.

A sigla LGBTQIAP+ é utilizada para classificar a população que não se identifica com a heterossexualidade e a existência dos gêneros feminino e masculino. A luta pelos direitos de igualdade começou a ser registrada a partir da década de 70 e as agressões continuam até os dias atuais. As violências contra pessoas LGBTQIAP+, conhecidas como LGBT-fobia, são caracterizadas por ações de indivíduos ou grupos com qualquer tipo de intolerância e aversão, as pessoas que não são heterossexuais e cisgêneros. A violência vai muito além das agressões físicas. O abuso psicológico, invisibilidade social e marginalização, também são consideradas violências.

“Precisamos ter coragem! A população não tem que ter medo de fazer o boletim de ocorrência, tem que procurar por atendimento na saúde. A população LGBTQIAP+ muitas vezes deixa de procurar ajuda médica por conta de problemas no atendimento, não atendimento no nome social. A saúde e a educação são direitos nossos, precisamos reclamar para poder usufruir”, explicou Prata.

Desde 2019, a homofobia é criminalizada no Brasil. A determinação está atrelada à lei 7.716/89, inicialmente para racismo. Mas, hoje, prevê crimes de discriminação ou preconceito por “raça, cor, etnia, religião e procedência nacional”.

Por Gabriel Faxola/Imagens: Pexels

Compartilhe!

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.