Parte da Rua do Túnel é interditada para demolição da fábrica de doces Vizani

Como parte das obras que estão acontecendo na Rua Francisco Scali, conhecida como Rua do túnel, em Petrópolis, a construtora Solidum decidiu pela demolição de um imóvel que apresenta riscos para os populares. O imóvel abrigou, por 24 anos, a tradicional fábrica de doces Vizani, que foi atingida pela chuva do dia 20 de março. Na época, o dono da fábrica, Carlos Vizani, calculou um prejuízo de cerca de R$ 200 mil, somando fornos, batedeiras, freezeres e ingredientes perdidos.

Carlos não conseguiu aprovação de nenhum dos benefícios que foi concedido aos empresários atingidos. “É uma tristeza profunda. Eu e meus funcionários ficamos muito tristes de ver a nossa fábrica ir em bora. Ver isso tudo sendo demolido é uma tristeza muito grande. É um prejuízo enorme e eu não consegui nenhum dos auxílios que foi dados aos empresários”, disse Carlos Vizani.

Com a chuva do dia 15 de fevereiro, Carlos já havia tido problemas com a estrutura da rua e precisou bancar, com o próprio dinheiro, a reforma de uma parte da via para se sentir mais seguro. Quase um mês depois, parte do imóvel desmoronou. A outra parte que não teve a estrutura abalada, é onde ele mora. Mas agora, também vai precisar se mudar. “Eu estou morando aqui mas agora vou precisar me mudar e ainda não sei para onde vou”, disse Carlos. De acordo com Vizani, ele ainda não foi indenizado pelo incidente e o processo, corre em segredo de justiça. A fábrica opera agora em outro endereço, no Lotealmento Samambaia.

O processo de demolição exige que um trecho da rua seja completamente interditado, tanto para veículos como para pedestres. De acordo com a construtora Solidum, todo o processo deve levar cerca de 15 dias, com interdição da rua até o dia 9 de dezembro. Mas, este período ainda pode ser prolongado caso as chuvas atrapalhem o andamento do processo.

“Essa vai ser uma demolição cuidadosa, em duas etapas. Vai ser retirado parte do telhado para aliviar o peso da estrutura que está pendurada. Na segunda etapa, vai ser a demolição da estrutura de parte da casa. A gente só vai tirar a parte que realmente está em risco. A outra parte está preservada e depois será preservada”, explicou o engenheiro da construtora, Marcus Vinícius Campos.

Hélito Fráguas mora na região a vida toda. Ele foi um dos moradores mais atingidos pela demora do início das obras. No dia 29 de março, Hélito foi engolido por um dos diversos buracos que se abriram na via e precisou passar por diferentes cirurgias na perna. Ele chegou a desejar se mudar da região por tantos problemas que precisou enfrentar. Mas agora, o sentimento mudou. “Eu quero ficar aqui. Quero ficar aqui com meus amigos e estou com a esperança de que tudo aqui vai melhorar. Já está melhorando. Agora eu me sinto seguro aqui e acho que acabou virando uma das regiões mais seguras da cidade”, disse Hélito.

As obras do Túnel Extravasor, que começaram no dia 26 de julho, estão agora na reta final. A reforma estrutural, desobstrução e desassoreamento do túnel do Rio Palatinato custaram em média R$ 74 milhões. A expectativa é que até dezembro deste ano, quando o verão começa, as obras emergenciais sejam finalizadas.

Texto e fotos por Raphaela Cordeiro

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