Autoescola com carro adaptado permite inclusão de pessoas com deficiência

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que há no Brasil cerca de 45 milhões de deficientes. Deste total, mais de 13 milhões são deficientes físicos. Em Petrópolis, por exemplo, 2.178 deles tem permissão para dirigir. Destes, 692 são mulheres e 1.486 homens. O número é baixo se comparado com os 138.603 habilitados no município. Já no Estado do Rio de Janeiro, dos 6.134.059 habilitados, 75.787 são pessoas deficientes.

Os carros adaptados, nas autoescolas, oferecem liberdade e autonomia para esses motoristas. Apesar disso, este ato simples, para alguns ainda é um empecilho. Isso porque na Região Serrana só uma autoescola é habilitada para prestar este serviço.

Marco Antônio do Carmo é o proprietário da autoescola e explica que em 2014 decidiu investir no carro adaptado, para inclusão de alunos PCDs. “Tenho a autoescola desde 2010, mas só consegui implantar o carro adaptado em 2014. Houve muita resistência por parte do Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro (DETRAN). Eu fiz isso para oferecer mais oportunidades às pessoas deficientes, porque o veículo não me dá retorno financeiro. É muito satisfatório ver elas se tornando motoristas e conseguindo dirigir sozinhas”, explica

Douglas Mattos é um exemplo de superação. Ele nasceu com paralisia cerebral, mas isso não o impediu de viver uma vida normal. Há mais de vinte anos ele dirige e na época precisou sair da cidade para tirar a CNH. Hoje, ele procura incentivar outros PCDS a não desistirem dos sonhos. “Fui o primeiro brasileiro PCD a ter uma habilitação sem limitações. Na época, Petrópolis não tinha autoescola com carro adaptado, então precisei ir ao Rio de Janeiro fazer todas as aulas e exames para tirar minha CNH. Hoje em dia, é muito importante divulgarmos que Petrópolis já conta com autoescola inclusiva. Há uma facilidade para que todos façam o processo”, conta o atleta.

Após enfrentar um período difícil na vida pessoal, Douglas descobriu o amor por pilotar kart. Agora aos 35 anos, ele tem se destacado na área e inclusive já recebeu prêmios. “Durante 17 anos da minha vida trabalhei na área de tecnologia da informação. Há alguns anos descobri o Kart e nunca mais parei de dirigir. Eu me tornei uma referencias para outras pessoas deficientes. Não deixei que minha dificuldade física me impedisse de fazer tudo o que sonhei. Hoje incentivo a todos a não deixarem de ir atrás do que querem, só por se considerarem sem condições”, disse.

O carro adaptado conta com acelerador tanto para o pé direito, quanto para o pé esquerdo, em casos de o motorista não possuir algum dos membros. Um freio de mão também foi adaptado atrás do volante para que seja mais acessível.

Lei Federal

É importante reforçar que as vagas destinas a deficientes nos estacionamentos e ruas, devem ser respeitadas. A vaga especial é um direito assegurado por Lei Federal, com uso regulamentado por resolução do conselho nacional de trânsito (CONTRAN), que determina que 5% do total de vagas do estacionamento regulamentado sejam destinadas a idosos e 2% a pessoas com deficiência. Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, o uso de vaga especial, sem credencial, é infração sujeita à multa de R$ 53,20 três pontos na carteira nacional de habilitação e remoção do veículo.

Por Larissa Martins/Fotos: Wendel Fernandes e divulgação

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