Ataques em escolas e o impacto do Bullying

No dia 7 de abril é lembrado o Dia Nacional do Combate ao Bullying e violência na escola. A data acontece relembrando o Atentado de Realengo, acontecido em 2011, quando Wellington Menezes de Oliveira invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro Realengo, Rio de Janeiro, e realizou disparos contra alunos dentro de uma das salas de aula, matando 12 estudantes, entre 12 e 15 anos, e deixando outros 20 feridos. Wellington foi motivado por ter sido vítima de bullying quando aluno daquela escola e cometeu suicídio após o ataque.
Na última semana, houveram dois ataques com faca em escolas no Brasil, sendo o primeiro em São Paulo na Escola Estadual Thomazia Montoro, Zona Oeste da Capital, onde um estudante do oitavo ano do ensino fundamental matou a facadas a professora Elisabeth Tenreiro de 71 anos, e vídeos ainda o mostram atacando outras professoras. Segundo a Polícia, a justificativa do ataque dada pelo jovem foi o bullying que teria sofrido em diferentes escolas. No dia seguinte, outro ataque foi registrado, dessa vez na Escola Municipal Manoel Cícero, na Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro. Um adolescente de 15 anos foi apreendido por policiais militares após tentar atacar com golpes de faca outros jovens. A motivação desse atentado segue sendo investigada pela polícia.
Em pesquisa realizada pelo Datafolha, em março, mostra que 40 a cada 100 estudantes precisam de acompanhamento psicológico, e que o grupo tem dificuldades também de controlar as emoções como raiva e frustração. Um relatório realizado pelo Serviço Secreto dos Estados Unidos em 2011 levantou que nos 66 ataques em escolas que ocorreram no mundo entre 1966 a 2011, 87% dos atiradores sofriam bullying e planejavam vingança.
O Correio Petropolitano solicitou à Prefeitura de Petrópolis um registro de casos de Bullying na cidade e sobre procedimentos que devem ser tomados em casos, e, até o encerramento dessa matéria, não recebemos resposta. O Governo do Estado do Rio tomou medidas urgentes visando evitar esse tipo de ocorrência, o governador Cláudio Castro anunciou, na semana passada, a criação de um Comitê Permanente de Segurança Escolar com representantes de vários órgãos do governo e entidades civis. O objetivo é implantar ações para identificar e evitar situações de violência nas escolas públicas e privadas do Rio. A Secretária de Estado Educação, Roberta Barreto comentou: “Estamos vivendo um momento de reflexão que requer ação imediata não só do poder público, mas de toda sociedade. Queremos uma cultura de paz nas escolas que combata as diversas formas de violência. Neste aspecto, teremos ações tecnológicas, administrativas e de formação da comunidade escolar”.
Por Guilherme Mattos/Foto: Rovena Rosa – Agência Brasil