Petrópolis possui um dos maiores registros de acidentes de trânsito

Ex-secretário de saúde considera acidentes como problema de saúde pública

Wellington Daniel

A Delegacia de Petrópolis (105ª DP) está em segundo lugar no ranking de registros de lesão corporal culposa de trânsito dentre as demais unidades do Estado, excluindo as localizadas na capital. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), de janeiro a março, foram 106 casos, empatados com a 64ª DP, de São João de Meriti. No topo, aparecem as delegacias 82ª (Maricá) e 59ª (Duque de Caxias), que tiveram 112 registros.

Os números do primeiro trimestre registrados na 105ª DP representam 48,62% do total de casos em todo o ano de 2022, quando foram 218. Com isso, a média mensal aumentou 94,55% este ano.
Os dados do ISP ainda apontam que a 106ª DP, em Itaipava, registrou 26 casos de lesão corporal culposa de trânsito no primeiro trimestre de 2023. Com isso, a cidade soma 132 ocorrências.

’Problema de saúde pública’

O médico e ex-secretário de saúde, Aloísio Barbosa Filho, considera que os acidentes de trânsito são um problema de saúde pública. “Provoca uma ocupação do leito de unidade de terapia intensiva, aumenta o gasto com o traumatizado, que poderia ser utilizado no tratamento para câncer ou para doença cardiovascular, por exemplo”, explicou.

Além disso, o paciente vítima de acidente de trânsito precisa de outros atendimentos em saúde para a plena recuperação, como, por exemplo, a fisioterapia. Segundo o médico, há pacientes que também precisam de três meses de internação.

“Tudo vai depender do nível de gravidade deste acidente. O paciente pode ficar em unidade de terapia intensiva e passar por cirurgia. Há pacientes que ficam de 14 a 21 dias e outros, em longo prazo, ou seja, mais de três meses”, afirmou.

Em Petrópolis, a referência para o atendimento de acidentes de trânsito é a Sala de Trauma do Hospital Santa Teresa. De janeiro a abril, somente pelo SUS, 361 pacientes deram entrada após ocorrências com carro, moto ou atropelamentos. Há, ainda, outras 58 vítimas que foram atendidas por convênio.

Transtornos até mesmo na iluminação

Há, ainda, casos em que o acidente de trânsito prejudica até mesmo a distribuição de energia elétrica. Segundo a Enel Distribuição Rio em 2022, foram 80 colisões contra postes na Região Serrana. De janeiro a abril, já são 28 casos. Os dados foram divulgados ontem (18), em alusão ao Maio Amarelo. A concessionária não divulga os números por cidade.

As ocorrências contra postes costumam se concentrar nos finais de semana, entre sexta e segunda-feira. A concessionária aponta que um poste derrubado pode significar horas de trabalho das equipes de manutenção, já que todo o trecho precisa ser reconstruído.

“Em alguns casos mais complexos, é necessário aguardar liberação da perícia para iniciarmos os trabalhos, o que pode aumentar o tempo que os clientes ficam sem energia”, comentou o responsável por Operação e Manutenção da Enel, Thiago Morais.

“Além do risco à vida e impacto da falta de energia a diversos clientes, importante destacar que todo o custo de reposição de estruturas e cabos é repassado a quem provocou o dano ao bem público”, completou.

Prevenção

Para o ex-secretário de saúde, é necessário que se invista em conscientização da população em relação aos cuidados no trânsito, como respeito aos limites de velocidade e não dirigir após beber e ou com sono.

“O principal e o que falta é conscientização da população e respeitar às leis de trânsito”, afirmou.

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