Empresas de ônibus fecharam 560 vagas de emprego desde 2020

Dados do Caged apontam que viações mais demitem que contratam desde a pandemia

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam que as empresas de ônibus de Petrópolis fecharam 560 vagas de emprego desde 2020. Ou seja, o saldo entre admissões e demissões foi negativo nos últimos três anos. Ao todo, foram 1.110 contratações para 1.670 dispensas.

Os dados divulgados ontem (27) apontam que, só em junho de 2023, foram 16 vagas fechadas. Foi o pior resultado do ano, que já soma 26 extinções de postos de trabalho nas empresas de ônibus no primeiro semestre. O único mês em que houve mais admissões que demissões nas viações foi em março, com 21 vagas criadas.

Com a pandemia, o maior fechamento de vagas ocorreu em 2020, com 427 postos a menos. No entanto, nos outros anos, o volume não foi reposto. Pelo contrário, as demissões continuaram a superar as admissões.

Nesta semana, a Prefeitura de Petrópolis anunciou a chegada de cinco novos ônibus convencionais e cinco micros para atender as regiões do Bingen e Mosela. No entanto, chamou a atenção que os veículos grandes não vieram com espaço para cobrador. As empresas têm retirado os profissionais nos últimos meses, mas a planilha de reajuste da passagem trouxe que houve um aumento na presença destes profissionais nas linhas.

O presidente do Sindicato dos Rodoviários (SindRodoviários), Glauco da Costa, informou que o sindicato protocolou ofício em que pede uma reunião com o prefeito Rubens Bomtempo para tratar o assunto. A preocupação da organização é com a manutenção dos postos de trabalho. Mesmo com os dados do Caged, o sindicato diz que não houve demissões em massa.

“É importante salientar que o Sindicato é completamente contrário a aquisição de ônibus sem o devido espaço para o trabalhador cobrador para a cidade de Petrópolis, bem como contra a operação dos ônibus sem o cobrador, mesmo as que já foram regulamentadas pela CPTrans”, afirmou.

A planilha da CPTrans, que baseou o reajuste da passagem de ônibus para R$ 5,30, aponta um aumento de 19,7% com encargos relacionados à mão de obra. As empresas alegam, principalmente, a elevação do valor da cesta básica e do salário dos rodoviários.

Mas a planilha também traz que houve aumento no chamado “fator utilização” de motoristas e cobradores, que é o cálculo de quantos profissionais são necessários para cada coletivo na rua. Os condutores foi de 2,38 para 2,69. Já os cobradores, de 1,82 para 2,06.

O Correio da Manhã questionou o Setranspetro sobre estas informações, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição. A CPTrans também foi questionada sobre a retirada dos cobradores e também não respondeu.

Por Wellington Daniel

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