Incêndio de grandes proporções atinge região de mata em Itaipava e demora dois dias para ser combatido
O incêndio de grandes proporções que atingiu a região de Cascata do Imbuí, em Itaipava, foi controlado na manhã desta quarta-feira (15). As chamas atingiram a Estrada do Ribeirão Grande por volta das 5h40 desta terça-feira (14) e se alastraram rapidamente. Ainda não se sabe o tamanho da área atingida pelo incêndio e qual teria sido a causa para o início das chamas. Também nesta quarta-feira (15), pelo menos mais duas queimadas foram identificadas, uma no Morin e outra no Caxambu, na Rua Flavio Cavalcante, próximo a Igreja São Charbel. De acordo com o Corpo de Bombeiros, os militares foram acionados às 11h50 e as chamas controladas por volta das 15h.
Já o combate às chamas em Cascata do Imbuí, mobilizou 40 militares, de acordo com o Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, incluiu especialistas do 1° e do 2° Grupamento de Socorro Florestal e Meio ambiente. A operação contou ainda com apoio de helicópteros e drones com câmera térmica para monitoramento dos pontos de calor. Em vídeos que circulam nas redes sociais é possível ver um helicóptero auxiliando na ocorrência. De acordo com moradores da região, foram utilizadas duas aeronaves para o recolhimento de água.
De acordo com a Prefeitura de Petrópolis, as equipes da Defesa Civil não foram solicitadas para a ocorrência. Porém o secretário de Defesa Civil, Gil Kempers, informou que o plano de contingência do município para o incêndio foi acionado e que ele seria empregado de acordo com a necessidade.
De acordo com moradores da Estrada do Ribeirão Grande, a preocupação tomou conta de quem vive na região. Na terça-feira, enquanto as chamas se alastravam, os moradores afirmam que se sentiram desprotegidos e não receberam auxílio do Corpo de Bombeiros. De acordo com a advogada Shirlei Mello Rodrigues e o psicólogo Deva Vasant, os próprios moradores se arriscaram para tentar conter as chamas.
“Os moradores, de segunda para terça-feira, tentaram abafar o fogo para poder conter e não vir para as casas, nem destruir mais a mata que ficam ao nosso redor. Os bombeiros falaram que estavam monitorando. Ontem, que chegou bem mais próximo às nossas casas, todos começaram a ligar. Os bombeiros disseram que estava tudo bem e que estavam na Rua B, mas não tinha ninguém na Rua B”, disse a advogada, Shirlei Mello Rodrigues.
“No meio da noite, todo mundo combatendo o fogo e os bombeiros foram embora. Os vizinhos foram, sem técnica de incêndio, combater as chamas. Tudo isso está registrado em vídeo”, disse o psicólogo, Deva Vasant.
A região, que fica às margens da BR-040, é rodeada por mata. Os moradores afirmam que as chamas chegaram perto das residências, mas não as atingiram. Além disso, segundo Shirlei, a fumaça prejudicou a respiração de quem vive no loca, e durante os dois dias de queimada muita fuligem invadiu as casas. “A gente ficou com muito medo. O fogo era tão alto, o vento poderia jogar as chamas para as nossas casas e pegar fogo. A nossa água vem das nascentes e ficamos preocupados com o fogo destruir mais coisas. Trouxe várias inseguranças para nós”, disse Shirlei.
O psicólogo Deva Vasant conta que, após encontrarem dificuldades para conseguir contato com o corpo de bombeiros, os moradores decidiram divulgar vídeos do incêndio em grupos e redes socias, para chamar a atenção das autoridades. “A gente fazendo contato com o bombeiro e estava muito difícil essa relação com a corporação. Eu não estou falando do bombeiro, aquele que vai e se arrisca, estou falando de quem dirige e orienta as guarnições para o combate, como lidar com isso”, disse Vasant.
A equipe do Grupo Correio da Manhã entrou em contato com o Corpo de Bombeiros, em relação a denúncia feita pelos moradores da região, e a assessoria dos militares disse que a informação não procede.
Ainda de acordo com o Corpo de Bombeiros, na manhã desta quarta-feira, as equipes extinguiram outro incêndio florestal registrado no distrito de Pedro do Rio, também em Petrópolis. Foi informado ainda que a equipe segue mobilizada, e a postos para o pronto emprego no combate a novas ocorrências de fogo em vegetação.
Por Raphaela Cordeiro/Foto: rede social