Mesa-redonda do IPG aponta boas práticas ambientais para serem implementadas em Petrópolis

A conquista por boas práticas ambientais deve ser feita através da participação dos cidadãos e as ações sociais, a economia e o meio ambiente devem estar integrados. Estas foram algumas das conclusões da Mesa-Redonda “Petrópolis Sustentável – Práticas ambientais para empreender e gerar trabalho e renda”, realizada nesta quinta-feira (14/12) pelo IPG (Instituto Philippe Guédon), na CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas).
O evento teve início com uma breve apresentação sobre o IPG e seus objetivos e em seguida, o Vice-Presidente do IPG, Ramiro Farjalla, coordenador do GT de meio ambiente do Instituto explicou sobre como foi feito o documento PEP 20 – Planejamento Estratégico para Petrópolis, que o IPG organizou com a colaboração de inúmeros membros sociedade civil, profissionais e outros colaboradores. Ramiro destacou que “mais do que preservar o meio ambiente, temos que mudar de estilo de vida e que para isso as questões ambientais e a participação social devem andar juntas, não é apenas um tema para o governo, mas para todos os cidadãos”.
De acordo com o Presidente do IPG, Cleveland Jones, o IPG busca fomentar a gestão participativa para conscientizar a sociedade da necessidade de um planejamento estratégico no município. Ele considera que o objetivo do evento foi alcançado, pois os participantes, um público bastante diversificado, com profissionais de várias áreas “realmente apresentaram propostas reais para os problemas da cidade”.
Para estimular a discussão, atuaram como facilitadores Antônio Nassif, produtor de eventos, Guilherme Mergener, engenheiro especialista em energia solar, e Roberto Musser, Doutor em Ciências, Energia e Ambiente, que falaram de suas realidades e experiências com práticas ambientais.
Antônio explicou sobre o evento “Rock the mountain”, produzido recentemente por ele, e que executou diversas ações sustentáveis que colaboraram para gerar emprego e renda, como por exemplo, a forma correta de lidar com os resíduos sólidos gerados durante o evento, o plantio de árvores no local, que resultou em uma área verde que poderá ser usada pela população, além do comércio de produtos mais sustentáveis, uma oportunidade de renda extra para pequenos empresários.
Já Guilherme explicou sobre as vantagens da energia solar e do reuso da água. Segundo ele, “não é só diminuir o valor da conta de luz, mas nos tempos em que vivemos é uma garantia de que não faltará luz em casa”. Enfatizou que apesar de ser uma área econômica promissora, “a falta de mão de obra especializada é
um obstáculo e que tem interesse em promover cursos de qualificação para este setor”.
As práticas ambientais ESG – sigla em inglês para “environmental, social and Governance”, correspondem às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização, e foram o destaque da fala de Roberto. Segundo ele, é preciso “Planejamento de longo prazo, política de Estado e não de Governo, mas que os gastos devem ser feitos com responsabilidade, devem ser efetivos”. Roberto acrescentou que “as políticas públicas para práticas e soluções ambientais devem se adequar à nossa realidade, e a população tem que ser ouvida, pois é quem vivencia os problemas.”
Após as falas de estímulo à participação, o público fez sugestões e trocou ideias sobre diversas práticas ambientais e algumas propostas foram apontadas para serem implementadas em Petrópolis. Destacamos as seguintes:
· Ônibus elétricos para o transporte público, além de não poluir, o custo de manutenção é menor;
· Incentivo ao reuso de água doméstica;
· Tratamento de esgoto com biodigestores, além de gerar gás para energia também produz fertilizante sem produtos químicos;
· Usina solar para abastecer as escolas municipais, ao invés de um sistema solar individual para cada escola, porque diminui custos e facilita a transmissão de energia;
· A partir do conceito de que Floresta em Pé Rende Mais, verificar o que Petrópolis possui de vegetação, não só em áreas públicas, mas particulares, para identificar oportunidades que possam contribuir para o aumento do ICMS Ecológico;
· Incentivos fiscais, desconto no IPTU, para os moradores que realizarem boas práticas ambientais, como reuso da água, coleta seletiva, preservação de área verde com espécies da mata atlântica, energia solar, entre outras.
Em 2024 o IPG continuará promovendo debates com outras temáticas importantes para o Município e todas essas sugestões que foram apontadas serão incluídas na atualização do PEP 20.