Entenda a diferença entre o vírus sincicial respiratório e a influenza

Com sintomas parecidos, os casos de vírus sincicial respiratório (VSR) e de influenza têm crescido no Brasil nas últimas semanas. Apesar dos dois vírus se comportarem de forma semelhante, existem particularidades que ajudam a fazer a distinção entre eles. O vírus sincicial respiratório, por exemplo, acomete com muita frequência os bebês pequenos, nos primeiros meses de vida. Ele tem uma alta prevalência nesse período da vida. 

Tanto é que os estudos mostram que até criança complete um ou dois anos de idade, mais de 95% delas já terão sido expostas a esse vírus, explica o presidente do Departamento Científico de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Marco Aurélio Sáfadi.”O VSR tem uma manifestação clínica clássica que é a bronquiolite, doença que começa com febre, tosse, igual a outras doenças respiratórias, mas que progride para um quadro de cansaço e insuficiência respiratória, chamado comprometimento do trato respiratório inferior, que abrange os pulmões, os bronquíolos. Essa é uma manifestação que não é exclusiva do VSR, mas é muito típica dele,” destaca.”Já o vírus Influenza, de forma geral, tem gerado surtos em crianças de idades maiores, adolescentes e adultos jovens. É bem sintomático nesse grupo, provoca febre de início súbito, dores no corpo, dor de garganta, sintomas de tosse, coriza. Nesses grupos etários crianças maiores, adolescentes, adultos jovens, o vírus sincicial raramente vai provocar sintomas. Então, a idade acaba sendo um fator para se suspeitar de um ou de outro,” explicou o especialista.

Entre os idosos, tanto o vírus da influenza como o sincicial podem ser problemáticos. Ambos provocam quadros parecidos nos idosos, muito difíceis de serem distinguidos.

Riscos

Segundo Marco Aurélio Sáfadi, os riscos desses dois vírus são claros. Por exemplo, o VSR é responsável por 80% das bronquiolites e por um percentual importante das pneumonias em bebês pequenos. Ele é o vírus que mais hospitaliza bebês. É a causa número um de hospitalização por quadros respiratórios, ou síndrome respiratória aguda grave, como relatam dados do Ministério da Saúde. No primeiro ano de vida, o campeão é o VSR.

Já nas crianças maiores, adolescentes e adultos, a predominância passa a ser do vírus Influenza e do Sars-Cov-2, vírus que causa a covid-19. Tem estudos que mostram que ter infecção pelo sincicial nos primeiros meses de vida, e de forma mais grave e sintomática, pode se traduzir por tornar essa criança uma criança chiadora crônica, com episódios recorrentes de sibilância, ou chiado no peito. De acordo com Sáfadi, esses são impactos no longo prazo do fato de ter a infecção em idade tenra e de forma sintomática mais grave.

Vacinação contra a Influenza

Seguindo a orientação do Ministério da Saúde, a Prefeitura de Petrópolis iniciou mais cedo a campanha contra a influenza (gripe). Na quarta-feira, dia 27 de março, 15 salas de vacinação foram disponibilizadas para o público alvo da campanha. Cerca de 130 mil pessoas são elegíveis na cidade para receber a vacina.

A vacina utilizada é trivalente, ou seja, é eficaz para a proteção contra três tipos de cepas de vírus. “A meta do Ministério da Saúde é que 90% do público alvo de cada grupo seja vacinado. Este ano, o Ministério da Saúde antecipou a campanha em várias regiões do Brasil devido a identificação do aumento da circulação do vírus mais cedo”, explicou o secretário de saúde, Marcus Curvelo.

A campanha iniciou no dia 27 de março e segue até 31 de maio. O município recebeu a 1ª parcela de imunizante do Ministério da Saúde com 11.700 doses. A influenza é uma infecção viral aguda, que afeta o sistema respiratório e é de fácil transmissão. A estratégia de vacinação visa diminuir as internações, complicações e óbitos na população-alvo. A vacinação anual é capaz de promover a imunidade durante o período de maior circulação dos vírus.

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Compartilhe!

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.