Felicidade na era digital: o desafio de encontrar bem-estar além das aparências

No dia 20 de março, o mundo celebra o Dia Internacional da Felicidade, uma data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para destacar a importância do bem-estar como um objetivo fundamental para a humanidade. Mas, afinal, o que significa ser feliz nos dias de hoje?

A felicidade na contemporaneidade é um conceito que evoluiu ao longo do tempo e tem sido amplamente debatido por diversas áreas do conhecimento, como psicologia, filosofia e neurociência. Para a psicóloga e docente da Estácio, Ana Cristina Fabbri, a felicidade não é um estado permanente, mas um conjunto de experiências e escolhas que promovem bem-estar.

“A felicidade está diretamente ligada à forma como nos relacionamos com o mundo e conosco mesmos. Pequenas práticas diárias, como a gratidão, o autocuidado e a conexão com outras pessoas, fazem uma grande diferença na nossa percepção de felicidade”, explica Fabri.

O mito da felicidade plena e o impacto das redes sociais

Na sociedade atual, marcada por avanços tecnológicos e um ritmo acelerado, a felicidade muitas vezes é confundida com sucesso profissional, acúmulo de bens e a exibição de uma vida perfeita nas redes sociais. Esse imperativo da felicidade pode gerar frustração e a sensação de insuficiência.

“Existe uma cobrança velada de que precisamos estar felizes o tempo todo. As redes sociais intensificam essa ideia, pois nelas as pessoas expõem apenas o que é bonito e positivo. Isso pode levar a uma comparação constante e à crença errônea de que felicidade significa ausência de problemas”, alerta Fabbri.

A Psicologia Positiva, linha que estuda o que torna a vida significativa, propõe uma visão mais ampla sobre o tema. De acordo com o psicólogo Martin Seligman, conhecido como pai da Psicologia Positiva, a felicidade não está apenas no prazer momentâneo, mas também em fatores como engajamento nas atividades, relações interpessoais saudáveis, sentido de propósito e conquistas pessoais.

“Felicidade não é estar alegre o tempo inteiro, mas encontrar um equilíbrio entre prazer, propósito e pertencimento. Isso significa aceitar que emoções negativas também fazem parte da vida e são essenciais para o crescimento pessoal”, destaca Fabbri.

“Então, o que é felicidade hoje? A felicidade pode ser entendida como um estado subjetivo, diferente para cada pessoa; um processo e não um destino final; um equilíbrio entre prazer, propósito e pertencimento e saber lidar com as emoções boas e ruins, reconhecendo que sentir tristeza ou medo também faz parte da vida.”, continha a psicóloga.

Embora a sociedade ainda associe felicidade ao sucesso material, cresce um movimento que valoriza a busca pelo autoconhecimento, a qualidade do tempo, as relações genuínas e a prática da gratidão. “Mais do que um objetivo distante, a felicidade deve ser vivida no presente, na construção de vínculos verdadeiros e na aceitação das nossas emoções”, reforça Fabbri.

O Dia da Felicidade, portanto, é “uma oportunidade para refletir sobre o que realmente importa e adotar pequenas mudanças que possam trazer mais bem-estar para o dia a dia. Afinal, ser feliz não significa exibir uma vida perfeita, mas encontrar sentido e equilíbrio na jornada”, finaliza a profissional.

Compartilhe!

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.