Doenças cardiovasculares tem alta incidência em pacientes com diabetes tipo 2

Quatro em cada dez brasileiros com diabetes tipo 2 têm doenças cardiovasculares. O dado alarmante foi revelado pelo estudo CAPTURE, levantamento global que analisou a prevalência, percepção e o tratamento dos fatores de risco cardiovasculares no diabetes tipo 2, tipo mais comum da doença e que aumenta em até quatro vezes a propensão a infarto cardíaco e derrame cerebral. 
 
O CAPTURE é o maior estudo observacional já realizado pela Novo Nordisk, empresa líder global de saúde dedicada  a promover mudanças para vencer o diabetes e outras doenças crônicas graves, como obesidade e distúrbios hematológicos e endócrinos raros. A pesquisa aponta que, globalmente, 1 em cada 3 pessoas com diabetes tipo 2 apresentam doenças cardiovasculares. Destas, 9 em cada 10 apresentam aterosclerose, doença cardiovascular que consiste na formação de placas de gordura e outras substâncias nas paredes das artérias. 
 
O avanço da aterosclerose pode comprometer o fluxo sanguíneo e causar problemas graves, como aponta Raquel Cristina Coelho, gerente médica da Novo Nordisk. “A aterosclerose constitui a base de quase todos os problemas cardíacos que afetam a pessoa com diabetes. Esse processo pode começar até mesmo na infância e, geralmente, quando ele se manifesta — de forma geral, na vida adulta — é mais grave. Pode ser um infarto, um AVC, uma doença mais perigosa”, ressalta. 

Prevenção

Como já se sabe, a aterosclerose pode começar a se desenvolver ainda na infância, potencializada pela má alimentação e por uma vida sedentária. Portanto, Raquel Cristina Coelho aponta que a prevenção deve começar ainda nessa fase da vida, com hábitos adequados, como alimentação saudável e atividade física regular. 
 
Por ser precoce e silenciosa, a melhor forma de evitar que a aterosclerose leve a um infarto, por exemplo, é o diagnóstico precoce, complementa a médica. “De preferência, ele deve ser feito quando o paciente ainda não tem sintomas, quando a aterosclerose está na fase que chamamos de subclínica, ou seja, não há sinais óbvios dessa doença”, indica. 
 
Nas pessoas que têm diabetes, o cuidado deve ser redobrado. “Manter o controle glicêmico, não fumar, evitar o excesso de bebida alcoólica e ter uma vida saudável são os principais fatores que vão ajudar na prevenção da aterosclerose”, afirma Raquel. 
 
A influenciadora digital Marina Barros reforça: “se você tem diabetes, a decisão mais inteligente a se tomar é manter o controle glicêmico bom, fazer escolhas alimentares melhores, praticar atividade física, evitar bebida alcoólica e sempre fazer os exames periódicos”, orienta. 
 
Outro desafio é que nem mesmo aqueles que admitem conhecer os riscos cardiovasculares do diabetes se esforçam para evitá-los. Segundo a pesquisa realizada em 2019 pela campanha Quem Vê Diabetes Vê Coração, apesar de mais da metade dos pacientes entrevistados terem sido diagnosticados com o diabetes tipo 2 há pelo menos cinco anos, apenas quatro em cada dez diziam praticar exercícios físicos regulares. E mais de um terço não conseguiam ter uma alimentação equilibrada. 

Tratamento

Anunciado entre os dias 21 e 25 de setembro durante o congresso da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes (EASD, na sigla em inglês), o estudo CAPTURE também revela que apenas duas em cada dez pessoas com diabetes tipo 2 usam algum medicamento para a doença que atue para diminuir o risco cardiovascular.

Covid-19

Não bastasse a associação perigosa, o diabetes e as doenças cardiovasculares são fatores de risco para o agravamento da Covid-19. Pacientes com diabetes que sejam infectados com o novo coronavírus têm mais chance de desenvolver a forma grave da doença, dificuldades respiratórias e necessidade de internação. 
 
De acordo com o último boletim epidemiológico especial do Ministério da Saúde, cerca de 64% das pessoas que morreram por causa Covid-19 até 19 de setembro tinham, ao menos, uma comorbidade ou fator de risco para a doença. Cardiopatia e diabetes foram as condições mais frequentes. “Tem a questão dos distúrbios de coagulação, como a trombose, que também têm sido descritos nas pessoas com Covid-19 e que pode ter uma relação e complicar a aterosclerose”, alerta Raquel. 

Campanha

A campanha “Quem Vê Diabetes Vê Coração” é uma iniciativa da Novo Nordisk em parceria com sociedades médicas e associações de pacientes com diabetes de todo o país. Lançada em 2019, tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre os riscos associados entre o diabetes e as doenças cardiovasculares. Para mais informações, acesse o site da campanha: quemvediabetesvecoracao.com.br.

Fonte: Brasil 61

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