Alunas do Paraná criam foguete de PVC para ajudar replantio em área desmatada por queimadas

Três alunas do 1º ano do Ensino Médio de uma escola na região oeste do Paraná desenvolveram minifoguetes de PVC capazes de reflorestar áreas desmatadas a baixíssimo custo. O projeto é semifinalista do Prêmio Respostas para o Amanhã, iniciativa global da Samsung que desafia alunos e professores da rede pública de ensino de todo o país a desenvolverem soluções para problemas locais com experimentação científica e/ou tecnológica por meio da abordagem STEM (sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática).
O protótipo é fruto de um programa de inclusão feminina do Colégio Agrícola Estadual Adroaldo Augusto Colombo, de Palotina, cidade com cerca de 31 mil habitantes no Paraná. A motivação veio de um desastre ambiental local. Na região de Altônia, em 2019, um incêndio queimou 68% do total de uma área de preservação ambiental, chamado Ilha Grande. A partir desse diagnóstico, o foco do trabalho do professor Emmanuel Zullo Godinho e suas estudantes passou a ser a criação de uma ferramenta de semear para uma região com condições financeiras desafiadoras.
“Nossa primeira preocupação foi trabalhar com meninas, para inclusão de mulheres em novos projetos e ajudar a acabar com a desigualdade. Uma queimada de 78 mil hectares de uma reserva ambiental no Oeste do Paraná no ano passado, afetando fauna e flora, nos motivou a ajudar nesse complicado processo de reflorestamento, já que na área não podem entrar nem plantadeiras nem pessoas. Veio, então, a ideia de usar minifoguetes”, disse Emmanuel Zullo Godinho, que é professor de solos e produção vegetal no ensino técnico agropecuário do colégio.
Os materiais utilizados nos minifoguetes e para seus lançamentos são de simples aquisição: cola, lixa, parafuso de rosca, um cano de PVC (25 centímetros), duas arruelas de 32 mm, um redutor de cano 20×25, suporte e soquete opcionais, bicarbonato de sódio, fita de vedação, uma moeda de R$ 0,25, tampão de 25×32, funil, mangueira, ignitor pirotécnico, uma pilha de 9 volts, base para soltura e extensão elétrica. O projeto é de levar sementes de pitanga (por ser uma fruta, tem potencial para atrair animais) e ipê (árvore de fácil germinação e capaz de criar um microclima ideal para o desenvolvimento de outras plantas).
“Nosso protótipo é de PVC, eficiente na emissão das sementes. Cada minifoguete promove uma espécie de chuva de sementes: sobe até 300 metros de altura, se desencaixa e a peça com as sementes desce como se fosse um paraquedas, espalhando as sementes. O projeto é de baixíssimo custo. Calculamos que cada lançamento custe R$ 50. Na nossa estimativa, com o projeto, seria possível reflorestar uma área de 284 m² por R$ 450”, indicou o professor Emmanuel Zullo Godinho.
Em sua sétima edição, o Prêmio Respostas para o Amanhã mobilizou 1749 estudantes, 997 professores e 303 escolas públicas de diferentes cidades e estados do País.