Nesta terça-feira (15), foi realizada uma homenagem ao Gabriel Vila Real da Rocha, um dos passageiros que estava no ônibus que foi arrastado pela força da água, no Rio Quitandinha, no dia da tragédia em Petrópolis. Vídeos do momento em que Gabriel e outros passageiros tentavam sair do ônibus viralizaram nas redes sociais e, assim, sua história ficou conhecida. Após 30 dias da tragédia, uma homenagem foi realizada na Escola Princesa Isabel, no Quitandinha.

Foram sete dias de buscas por Gabriel, uma vida interrompida pela água barrenta e pela chuva. “No início de tudo eu procurei o Gabriel sem cessar e sempre falei que ia achar ele. Um pai nunca abandona o seu filho. Nós achamos ele sete dias depois e ele estava próximo do ônibus. Eu percorri esse rio diversas vezes e ele acabou sendo achado em um lugar que eu já tinha passado”, contou Leandro Leal, que junto de familiares, procurou Gabriel durante uma semana após a tragédia.

Apesar de ter encontrado o filho, Leandro permanece auxiliando nas buscas a outras vítimas. “A nossa luta continua. Ainda existem três pessoas que precisam ser resgatas no Rio Quitandinha. Eu tomei isso como missão pelo Gabriel, por mim, pelas vítimas e por seus familiares”, contou Leandro. Além dessas três vítimas, ainda há um desaparecido sendo procurado no Morro da Oficina, no Alto da Serra, um dos locais mais afetados pela chuva.

O legado de Gabriel, ficará eternizado na escola Princesa Isabel. A sala do grêmio estudantil, onde ele atuava, levará o seu nome. Como maneira de amenizar as tragédias que assolam a cidade de Petrópolis há anos, o pai de Gabriel pretende criar uma instituição para atender a essas ocorrências. “Isso tudo é pra gente prevenir tragédias que possam voltar a acontecer na cidade. Resumindo, a instituição é a prevenção”, disse.

Além da família de Gabriel, outras 232 sentem a dor da perda e o espaço vazio. Agora ficará na memória as lembranças dos dias bons e dos sorrisos.

Outras homenagens

Nesta terça-feira (15), o “Ato por Petrópolis”, foi promovido na praça Visconde de Mauá, em frente à Câmara Municipal de Vereadores. No encontro, os organizadores homenagearam as vítimas da forte chuva. Foram feitos ainda quatro minutos de silencio, em respeito às quatro vítimas ainda desaparecidas. A ação foi realizada por familiares das vítimas e lideranças comunitárias, além de voluntários que ajudaram nos resgates e na busca pelos desaparecidos.

O obelisco, no Centro Histórico, expôs os nomes de todas as vítimas que perderam a vida para a tragédia.