Pesquisa aponta que medo de dirigir atinge 90% das mulheres brasileiras

Enfrentar o trânsito, embora pareça uma atividade simples, é motivo de medo para muitos motoristas. Um levantamento da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET), apontou que essa insegurança atinge pelo menos dois milhões de brasileiros e que 80% deles são mulheres. Mas segundo a Clínica de Psicologia do Trânsito, esse número pode ser ainda maior, acometendo cerca de 90% das mulheres. Os dados são de uma pesquisa feita entre os anos de 2009 e 2018.

Mesmo com medo, as mulheres são muitas no trânsito nacional. Conforme o Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), até março do ano passado, elas figuravam 35% do total de Carteiras Nacional de Habilitação (CNH) válidas no país. Ou seja, no ano passado eram 25,8 milhões de motoristas mulheres circulando por aí.

No Estado do Rio de Janeiro, até março deste ano, 1.908.524 mulheres estavam com a CNH válida. O receio de ferir alguém, de se machucar, danificar o veículo ou até mesmo morrer, são apontados como os principais temores entre as mulheres. Já para as motoristas petropolitanas, o medo de usar o carro tem sido por outro motivo. Após as fortes chuvas que atingiram a cidade e alagaram as ruas, o maior receio delas é de ficarem presas dentro dos veículos e serem arrastadas pela força da água.

“Eu sempre adorei digirir, comecei a dirigir porque eu sou apaixonada em carro. Mas hoje eu tenho medo de sair na rua. Quando o tempo fica um pouquinho mais feio e começa a chover, já bate aquele temor. A gente viu muita coisa acontecer na cidade, sabe? Eu já cheguei a desmarcar compromisso por causa disso”, explicou a engenheira petropolitana Viviane Carius.

Apesar disso, o número de mulheres motoristas vem crescendo e quem já tem a CNH na mão prova que perigoso mesmo é apenas o preconceito. A maioria dos acidentes não tem mulheres na condução. Segundo o DENATRAN, em 90% dos episódios registados em 2020, todos tiverem homens como responsáveis. As indenizações, na grande maioria, também são pagas muito mais por eles do que por elas.

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