Representante da Seinfra realiza visita técnica a Rua do Túnel e moradores manifestam pelo início das obras

Com as duas chuvas que assolaram Petrópolis nos dias 15 de fevereiro e 20 de março, a Rua Quissamã, conhecida como Rua do Túnel, foi uma das que mais sofreram impactos estruturais. Com incontáveis buracos e casas interditadas, os moradores já esperam há quatro meses por intervenções tanto da prefeitura quanto do Governo do Estado.
Nesta quinta-feira (23), representantes da Secretaria Estadual de Infraestrutura e Obras (Seinfra), da Águas do Imperador, uma procuradora de justiça do Ministério Público do Rio de Janeiro e um promotor estiveram no local para avaliar o atual estado da via. A obra emergencial da Rua Quissamã, hoje, é de responsabilidade do governo estadual, a ser realizada por uma empresa contratada pela Seinfra.
“Nós vamos realizar o estudo e as intervenções ao mesmo tempo pois não sabemos o que vamos encontrar quando começarmos a obra. A empresa do projeto, identificando os principais problemas, vamos poder dar continuidade. Esta obra pode, perfeitamente, começar em julho e vai levar aproximadamente seis meses” disse o representante do Seinfra, José Beraldo.
Apesar de ainda não ter uma data confirmada para o início das intervenções, foi informado que já há possibilidade que elas comecem no mês de julho, antes da chegada do verão e a temporada de chuvas. “As obras vão começar antes do verão mas não posso confirmar que elas vão ser finalizadas antes da temporada de chuvas. A gente não sabe o que vai encontrar quando começarem as obras. Nós vamos avaliar tudo e começar agindo pelos piores trechos do túnel” explicou Beraldo.
A intenção da visita técnica foi avaliar os principais problemas e questões a serem resolvidas para a população da Rua do Túnel. Todas essas questões vão ser levadas a justiça em audiência na 4ª Vara Cível de Petrópolis. “Nós temos uma audiência com a 4ª Vara para tratar sobre todas essas questões. Nós do MPRJ estamos priorizando todas essas questões emergenciais e viemos aqui com todos esses técnicos mostrar que a situação está crítica”, explicou a Procuradora de Justiça do MPRJ, Denise Tarin.
Aproveitando a visita, os moradores da rua realizaram uma manifestação pedindo pelo início urgente das obras. Foram levantados cartazes com pedidos de socorro. O autônomo Hélito Fráguas é morador da Rua do Túnel e o principal reflexo de que as intervenções são urgentes. Há três meses, ele sofreu um acidente tentando ajudar um vizinho a tirar o carro da garagem, que estava com a estrutura comprometida. Ao entrar no terreno, o chão cedeu e ele caiu no buraco. Ele conta que sente na pele tudo o que a população da rua do túnel está vivendo. “Eu tenho certeza que hoje a minha dor emocional é muito maior do que a física. As dores que eu passei no hospital, internado e todas as cirurgias foram terríveis, mas nada se compara a dor desse descaso. Nós estamos abandonados” disse Hélito.
Carlos Vizani perdeu a fábrica de doces na chuva do dia 20 de março e conta que, até hoje, já tendo solicitado a ajuda de diferentes órgãos, não sabe o que fazer com o seu terreno e com o que sobrou da fábrica. “Eu já pedi socorro para todas as autoridades. Já quis tirar todos os entulhos e a COMDEP disse que tiraria para mim, mas até agora nada. Eu não posso tirar os entulhos porque posso comprometer mais ainda a estrutura da rua e colocar todos os meus vizinhos em risco. Eu já não sei mais o que fazer”, disse o empresário.
Por Raphaela Cordeiro