Petrópolis registrou 45 vítimas de estupro no primeiro semestre de 2022

Petrópolis registrou 45 vítimas de estupro no primeiro semestre de 2022. Os dados foram divulgados pelo Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio (ISP), que não especificam o sexo ou a idade da vítima. Os dados divulgados pelo ISP somam as denúncias feitas de janeiro a junho nas delegacias de Petrópolis, em Itaipava (106ª) e no Retiro (105ª). As 45 vítimas podem ser homens, mulheres ou crianças, em qualquer faixa etária. Desde 2019, a cidade somou 362 casos deste crime.
De janeiro a junho deste ano, o Centro de Referência à Mulher de Petrópolis (CRAM) realizou 754 atendimentos à vítimas de todos os tipos de violências, além de oferecer assistência social, psicológica e jurídica, número que aumentou desde 2019, com a pandemia.
“A gente tem registrado que principalmente durante o momento de confinamento, o número de atendimentos aumentou 700%. É um aumento muito expressivo. Em Petrópolis, nesta época de pandemia foi criada a Sala Lilás, do IML, para atender as mulheres vítimas de violência. Este local indica o CRAM para atendimento, então toda essa gama de opções de atendimentos pode ter dado coragem para mais mulheres denunciarem e procurarem ajuda”, explica Thais Gomes, coordenadora do CRAM Petrópolis.
Atrás de Petrópolis, está a cidade vizinha, Teresópolis, que registrou 42 casos de estupro no primeiro semestre de 2022. Nova Friburgo registrou 24 casos no mesmo período, enquanto Três Rios registrou 20 estupros. Já Paraíba do Sul registrou 13 casos do mesmo crime, entre janeiro e junho deste ano. Mas, neste fim de semana, um caso, chocou os sul-paraibanos, quando a menina Bianca, que completaria 12 anos no sábado, foi sequestrada, estuprada e morta. Em todo o estado do Rio de Janeiro o número de casos de estupro aumentou 9% no período.
“Infelizmente, para Petrópolis, eu acho que 45 casos é até pouco perto do que a gente recebe de relatos. Principalmente porque essa violência não é cometida apenas por um desconhecido na rua. Muitos casos acontecem dentro de casa e é muito difícil para uma mulher denunciar um estupro pelo seu parceiro. Se considerar estes casos que não são denunciados, o número é muito maior. Mas é muito difícil uma mulher denunciar o próprio parceiro por estupro. Infelizmente”, disse Thais.
Um dos principais indicadores levantados pela pesquisa do ISP, é a letalidade violenta, que entre janeiro e junho de 2022, registrou queda de 18% em relação ao ano passado, considerando números de todo o estado do rio. Petrópolis somou 18 casos deste índice no primeiro semestre de 2022. Enquanto Teresópolis registrou 12 casos, Nova Friburgo 13, Três Rios 8 e Paraíba do Sul, um caso. A letalidade violenta soma casos de homicídios dolosos, roubos seguidos de morte, lesões corporais seguidas de morte e mortes por intervenção de agentes do estado.
Além dos casos de estupro, os casos de desaparecimento também aumentaram no estado, em 37%. Em Petrópolis, 222 pessoas foram dadas como desaparecidas neste ano, enquanto no mesmo período do ano passado, foram registrados 15 desaparecimentos. Paraíba do sul, Três Rios, Nova Friburgo e Teresópolis não registraram aumento significativo neste índice.
Por Raphaela Cordeiro/Foto: Marcus Santos/USP/Agência Brasil