Mãe de jovem agredido em escola de Petrópolis afirma que instituição omitiu o caso

O caso do menino de 14 anos que foi agredido na escola, em Petrópolis, em meados de maio, chamou a atenção nesta semana, quando o caso veio a tona. A situação revoltou a mãe da vítima. Apesar de ter preferido não se identificar, para preservar o filho, ela concedeu uma entrevista ao Correio da Manhã para contar o que aconteceu e como o menino está. O adolescente teve que passar por uma cirurgia para a remoção de um dos testículos, e ainda enfrenta problemas psicológicos.
“Eu fiquei sabendo, doze dias após o ocorrido, quando ele reclamou de dores. Ele se negou a ir à escola, então, perguntei porquê. Ele com vergonha mostrou para meu noivo e vi que a situação era grave. Eu o levei no posto de saúde, mas fomos encaminhados pra UPA, e em seguida para o Hospital Alcides Carneiro e logo encaminhado para cirurgia”, explica a mãe
Indignada, ela conta que demorou procurar a Polícia, porque confiou que a escola São Judas Tadeu, que fica na Mosela, tomaria as medidas necessárias, mas segundo ela a direção da instituição omitiu o caso de agressão, e ainda deixou os agressores e a vítima na mesma turma. Ela precisou transferir o menino de escola.
“Essa demora não foi porque eu quis. Eu procurei a escola no mesmo dia da cirurgia e as diretores disseram que resolveriam. Afirmaram que eu poderia ficar tranquila e eu confiei. Liguei para solicitar uma reunião. Na última sexta-feira enviaram um bilhete escrito que teria reunião, que abordou o tema “Bullying” que um menino estava sendo vítima. Segundo ela era o caso mais grave. Quando tentei falar, ela me impediu e disse que era para eu aguardar meu momento. Fui na secretaria de educação e pedi a transferência dele. É triste, porque um lugar que meu filho deveria estar protegido, e não estava “, relata a mãe
A vítima foi acompanhada da mãe até a 105ª Delegacia de Polícia para prestar depoimento. Também foram fornecidos para a polícia cópias de toda a documentação médica do adolescente. O Ministério Público também foi informado do caso.
A advogada Mayara Vasconcellos está prestando auxílio a vítima e já começou a elaboração de um processo cível, para que as medidas jurídicas sejam tomadas. Inclusive no que diz respeito a reparação pela falha na prestação de serviço educacional por parte da instituição de ensino. “Na nossa visão, escola foi negligente e omissa, porque quando a mãe informou a escola sobre o caso, não fizeram nada. Identificamos também que o Conselho Tutelar não foi acionado. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, a escola deveria ter acionado imediatamente o serviço ou então a Vara da Infância.
A mãe conta ainda que veio a público para incentivar outras mães a denunciarem situações parecidas e que são inadimissíveis no ambiente escolar. Ainda de acordo com ela, a agressão impossibilitou o filho de fazer atividades simples de que tanto gostava.
“Meu filho chora o tempo todo. Ele sempre foi uma criança ativa e fez tudo que um jovem normal faz. Agora ele não pode jogar bola, não pode fazer mais nada”, conclui a mãe.
Por Larissa Martins