Com o objetivo de ampliar a vacinação de crianças contra a poliomielite, a Associação Brasileira de Imunização, lançou a campanha Paralisia Infantil – A Ameaça está de Volta. A imunização contra a pólio teve início, pelo Ministério da Saúde, no dia oito de Agosto.

Desde 2015, o Brasil não atinge a meta de imunização de 95% do público alvo contra a pólio, composto por crianças menores de cinco anos. De acordo com especialistas, a principal preocupação diante desse cenário, é que com cada vez menos crianças sendo vacinadas, aumentam as chances do retorno de doenças já erradicadas no país.

De acordo com os dados do Ministério da Saúde, no ano passado, somente 54% das crianças completaram o ciclo vacinal com as duas doses. No Rio de Janeiro este ano, pouco mais de 59 mil crianças receberam o imunizante, o que corresponde apenas a 6,85% de todo o público. O estado está entre os piores índices de cobertura no âmbito nacional. Em 2021 a campanha atingiu 59,3% do público.

De acordo com a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, o Brasil está com alto risco para o retorno da doença. “Os dados da Organização Panamericana de Saúde apontam para um risco alto no país para o retorno dos casos. E isso se dá por diversos critérios, mas em uma escala de zero a 10, a cobertura vacinal corresponde a seis desses pontos. Vale ressaltar que não apenas crianças podem ser contaminadas com a pólio, mas adultos também e a poliomielite é uma doença que, além de causar paralisia dar pernas, pode acarretar na paralisia dos músculos que realizam a respiração. Nestes casos, com uma letalidade elevada”, informou.

Em Petrópolis até o momento, 1.507 doses foram aplicadas, sendo a maioria delas, 407, em crianças de quatro anos. No total, 14.395 crianças petropolitanas devem receber o imunizante. De acordo com a secretaria de saúde do município, desde 2008 a cidade não registrou casos de paralisia infantil.

Por Richard Stoltzenburg/ Foto: Wendel Fernandes