Petrópolis: uma ascensão tecnológica

Gabriel Faxola
Como já dito por um dos maiores inventores dos últimos anos, Steve Jobs: “A tecnologia move o mundo”. E ela se mostra importante por ser considerada uma chave da renovação no modo em que uma população vive. Por meio da tecnologia, os seres humanos conseguem produzir e evoluir de formas jamais imagináveis.
Em Petrópolis, a tecnologia tem cada vez mais se fortalecido como um alicerce para o crescimento econômico, cultural, turístico e social. E apesar de todo o tradicionalismo, o mercado da tecnologia ganha cada vez mais espaço entre os adultos e inspiram jovens com as famosas profissões do futuro.
Isso pode ser observado pelas conquistas adquiridas pelo município, que influenciam diretamente no andamento de toda a cidade. E assim como nos polos de moda, turismo e gastronomia, a tecnologia se tornou uma referência na Cidade Imperial.
Um dos grandes exemplos do avanço tecnológico no município é a presença do Supercomputador Santos Dumont, instalado no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), no Quitandinha, desde 2015. O equipamento é capaz de realizar mais de um quatrilhão de operações de soma e subtração por segundo e pode auxiliar em pesquisas de diversas áreas, como: energia, engenharia, meio ambiente, química, meteorologia, bancos e mineração de dados, ciências biológicas e também nanotecnologia.
O equipamento avaliado em R$ 63 milhões é considerado a maior plataforma computacional de toda a América Latina. Pesquisadores de todo o mundo utilizam a máquina, que já foi responsável por pesquisas essências ligadas ao Zika Vírus, Chikungunya, Febre Amarela e até mesmo ao câncer. Quem trabalha na área garante ainda que a máquina poderá ser responsável por criar até mesmo inteligências artificiais, e projetos que podem resultar na movimentação da economia e na geração de empregos em diferentes estados do país.
Incentivo à iniciação científica
Outro exemplo, quando o assunto é a tecnologia, é a unidade da Faculdade de Educação Tecnológica do Estado do Rio de Janeiro (Faeterj), localizada também no Quitandinha. A instituição possui aproximadamente 25 alunos e alunas com Bolsa de Iniciação Científica concedidas pela Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro). E atualmente conta com diversos projetos, alguns com uma conexão mais forte com a cidade.

Destas iniciativas, a diretora da Faeterj Petrópolis, Lucimar Cunha, destaca a criação do Hub de Inovação da Faeterj Petrópolis, onde está sendo estruturado um Fab Lab. “É um espaço maker para que alunos e também a comunidade possam compartilhar conhecimento e prototipar suas ideias”, explica.
Outra iniciativa importante é o Laboratório de Mídias Digitais, que tem como foco a interlocução e a interação de diferentes áreas. Possui aparato tecnológico que oportuniza a produção de conteúdo audiovisual.
Lucimar esclarece ainda que talvez o projeto futuro que mais se conecta com a cidade seja a criação recente do Núcleo de Sustentabilidade e ESG. “Este núcleo é multidisciplinar e transversal a todos os projetos da Faeterj Petrópolis e se conecta com as iniciativas dos demais Laboratórios e projetos institucionais e tem como objetivo principal criar um ambiente em que os participantes possam aprender e discutir sobre os temas relacionados à sustentabilidade e inovação, além de debater os desafios e benefícios para academia, empresas, sociedade e indivíduos”, explicou.
Parque Tecnológico da Região Serrana
Outro importante eixo para a tecnologia em Petrópolis é o Parque Tecnológico da Região Serrana, Serratec, uma instituição privada, sem fins lucrativos e de interesse público. É considerado o principal indutor de negócios em Tecnologia da Informação do interior do estado do Rio de Janeiro. O Serratec é também o maior Parque Tecnológico do interior fluminense, abrangendo as cidades de Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo e Areal.
O espaço foi criado no dia 12 de junho de 2019. Entre as principais características da atuação, estão a estruturação de um arranjo produtivo regional de tecnologia, que abrange principalmente novos negócios e a base de empresas voltadas para este ramo.

Para Thais Ferreira, executiva do Serratec, a consolidação do setor tecnológico no município é essencial principalmente após a perda das indústrias têxteis, que era um setor produtivo forte. “A tecnologia é um segmento que atende as características da cidade. A gente tem percebido um grande número de empresas, geração de empregos e faturamento por base tecnológica e isso é extremamente importante porque viabiliza que outros setores passem por uma transformação digital”, disse.
Em tempos de um mundo digital, um espaço como este é de extrema importância para o Estado do Rio de Janeiro. Até o momento a instituição contabiliza um faturamento superior a R$ 1 bilhão, mais de 5 mil oportunidades de emprego e mais de 400 empresas.
Entre as dezenas de próximos projetos do Serratec estão inclusos: a estruturação de uma área voltada para o desenvolvimento tecnológico, oferecendo proximidade com o arranjo produtivo; um observatório do setor que culmine na produção de um anuário de tecnologia da informação em comunicações, evidenciando com mais clareza a realidade e a potencialidade deste setor produtivo; há também um interesse da instituição em apoiar o setor do turismo com aporte da tecnologia e também as soluções voltadas para diminuição de riscos de desastres.
Thais explica ainda que há uma procura maior por parte do público petropolitano em se especializar em graduações voltadas a tecnologia. “A gente percebe que o mercado de tecnologia é o que mais cresce no mundo, mas ainda faltam profissionais em todo o país. E a situação não é diferente em Petrópolis. Por isso, o Serratec tem um grande compromisso social e uma oportunidade para o desenvolvimento de pessoas e carreiras na área e isso tem feito pessoas migrarem para a área de tecnologia. Um dos maiores atrativos que auxilia na graduação de novos profissionais é o programa Residência em TIC, que possibilita uma formação gratuita a jovens, já que o requisito mínimo é ter 17 anos e estar formado no ensino médio”, finalizou.