Pacientes denunciam demora no atendimento e precariedade no sistema de saúde Petrópolis

Mais uma vez os petropolitanos têm passado por problemas nas unidades de saúde. As filas extensas, falta de profissionais e atrasos nas consultas tem dificultado cada vez mais quem precisa de atendimento.
A cuidadora Edilaine Santos está com dificuldade ao andar há mais de uma semana, devido a um acidente no nervo ciático. Nesta segunda-feira (20), ela chegou no Hospital Municipal Nelson de Sá Earp, por volta das 11h e já aguardava por atendimento há mais de quatro horas, “É um descaso com a gente que paga o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e temos direitos, mas chegamos aqui somos piores que cachorro! Você chega ali em cima e não consegue entender nada, é tudo embolado, a parte de atendimento clínico está misturada com os atendimentos por parte da Unidade de Pronto Atendimento, fica uma confusão”, disse.
Na unidade principal reclamação é sobre a falta de médicos na pediatria. Mas quem costuma buscar atendimento no HMNS, afirma que a unidade está sobrecarregada desde que passou a atender de forma provisória os pacientes da Unidade de Pronto Atendimento do Centro, que está em reforma.
Uma das mães que conversou com nossa equipe e preferiu não se identificar garantiu que algumas pessoas como ela já aguardavam atendimento para os filhos há mais de 5 horas. Além disso, não há espaço na sala de espera e muitas mães precisaram aguardar com os filhos do lado de fora, “Eu acho muito descaso e quando procuramos saber o porque de tanta demora somos tratados com ignorância e não somos informados do que realmente está acontecendo. É uma falta de respeito com a população, se eles estão vendo que a demanda está muito grande e não conseguem suprir, eles deveriam pedir ajuda a outros profissionais para acolherem a população. As pessoas que estão aqui precisam de ajuda e muitos só estão aqui porque os filhos estão com dor e necessitam deste atendimento”, explicou a mãe.
O pintor Pedro Ponce fraturou o tendão há uma semana e precisa de atendimento diário para que a situação não se agrave. Porém, ao buscar por ajuda ele foi informado que talvez não conseguisse fazer a troca de curativos indicada pelos médicos, “Nenhum dos profissionais soube me informar se eu posso fazer os meus curativos ou eles que precisam fazer. A única coisa que me informaram é que a unidade não faz a troca de curativos e o ortopedista também não pode fazer nada. Eu não sei como estão as coisas por baixo do curativo, se alguma coisa está inflamando, é muito preocupante. Como eles vão deixar um curativo 20 dias fechado? Já me avisaram que não posso mexer se não há chances de perca de movimento na mão, mas ninguém faz nada, estou preocupado”, desabafou.
A situação também é difícil para o pai de Pedro, José Clovis, que também aguarda por uma solução, “Como ele não pode mexer com o dedo já que o que está machucado é o tendão, nossa preocupação é saber se podemos tomar as providências e ajudar o meu filho na troca dos curativos”, disse.
Por Gabriel Faxola