Os moradores do Sítio São Luiz, no Retiro, reclamam da qualidade do serviço de energia elétrica prestado na região.  Fios arrebentados, poste prestes a cair e mais de quatro dias sem energia, são alguns dos problemas enfrentados por quem vive na região. Segundo os moradores, os veículos grandes que passam pela rua, arrebentam os fios que já estão caídos, provocando risco de choque.

Mesmo quando não chove há queda de luz.  A dona de casa, Rafaela Carvalho, mora há mais de 30 anos na região, e já perdeu uma geladeira e uma televisão que queimaram com os picos de energia. Isso, sem contar os alimentos que estragaram enquanto aguardavam o serviço ser restabelecido pelas equipes da Enel. “Eu fiquei sem energia por quatro dias, perdi comidas que estavam na geladeira, perdi a própria geladeira que queimou e também uma TV durante um pico de energia. Pedimos à Enel para enviar uma equipe e os atendentes alegam que o problema já foi resolvido, mas não é verdade. A conta não para de chegar, e quando atrasamos os pagamentos a Enel já retorna cobrando e oferecendo parcelamento”, conta a dona de casa.

O empresário, Jorge Gonçalves, tem um bar na região e já perdeu inúmeros produtos devido à falta de luz. “Já perdi muitos alimentos, inclusive cerveja que não pode ficar fora da geladeira. Precisei comprar gelo na tentativa de salvar o produto e vender, mas estragou”, relata.

Um abaixo-assinado já foi feito pelos moradores, para que outra concessionaria preste o serviço na localidade.  Mas apenas 50 pessoas assinaram. Só nesta semana, os moradores já ficaram dois dias sem luz.  A noite a situação é ainda pior, a rua, além de estreita, fica deserta, com a falta de iluminação pública.

A dona de casa, Vanessa Alves, também já perdeu alimentos. “Eu comprei um pacote de carne que estragou pela falta de luz e precisei jogar fora. Saí no prejuízo, porque perdi o alimento e do dinheiro investido. Eu tenho dois filhos e é muito difícil ficar sem luz tendo crianças para dar banho, alimentar, levar pra escola etc”, reclama.

No local funciona uma confecção de roupas. A proprietária mantém as máquinas desligadas, por medo do pico de energia queimar os aparelhos. A situação afeta a produção que, claro, tem prazo para ser entregue aos clientes.

Maria Lúcia Mendes, que também trabalha confeccionando roupas, relata que mora há pouco tempo na localidade, mas já percebe o abandono por parte da concessionária. “Eu estou apavorada com o abandono, porque outras regiões recebem um serviço de qualidade, mas nós estamos sozinhos. Quando precisamos de ajuda, não somos atendidos”, disse.

Em nota, a Enel Distribuição Rio informa que vai enviar um técnico à Ladeira Nelson Marcelino de Carvalho, no Retiro, em Petrópolis, para inspecionar as condições da rede elétrica no local e a propriedade dos cabos citados até o final da próxima semana. Sobre danos em equipamentos elétricos, o cliente pode para dar entrada em uma solicitação de ressarcimento pelos canais de atendimento da empresa. O pedido será analisado pela distribuidora.

Por Larissa Martins