Nova Friburgo é alvo de operação ‘Exagogi’

Na manhã da última quarta-feira (26) o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) junto da Polícia Civil cumpriram mandados contra empresas e integrantes de uma organização criminosa responsável por furto de combustível da Transpetro, órgão responsável pelo transporte dos materiais da Petrobras. Os mandados expedidos foram cumpridos simultaneamente entre diversos estados, e no Rio de Janeiro nos municípios Sapucaia, Cabo Frio, Macaé, Quissamã, Pinheiral, Bom Jesus do Itabapoana, Carapebus, São João de Meriti, São Gonçalo, São Fidelis, Campos dos Goytacazes e Nova Friburgo, além de dois bairros da Capital.
A operação foi iniciada por meio de denúncia do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), contra 27 pessoas pelos crimes de furto qualificado, organização criminosa e corrupção. Segundo a denúncia os criminosos compram pela internet o material necessário para realizar uma prática chamada derivação clandestina. “Essa ação é feita por meio de furos nos dutos da Transpetro em locais previamente escolhidos por eles, locais com menos vigilância ou com alguma facilidade técnica”, comenta a Doutora Tatiana Carvalho Promotora de Justiça.
As investigações foram iniciadas em 2019, após policiais da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) apreenderem três carretas no município de Quissamã. Somados caminhões armazenavam cerca de 100 mil litros de óleo bruto.
A organização distribuía funções entre indivíduos “Há quem é responsável por perfurar, transportar, controlar pressão, há motoristas.” Comenta a Doutora. Ainda havia empresários na organização responsáveis por enviar caminhões tanques para o local da subtração, os caminhões eram enviados de volta para as empresas que recebiam o material para uso próprio ou repassam para outras empresas para abastecimento de caldeiras ou trabalham a matéria dividindo em subprodutos e depois repassando para outras empresas. “Outra função desses empresários era o fornecimento de notas fiscais frias para que aquele produto passasse com facilidade por eventuais fiscalizações com facilidade” finaliza a promotora.
Entre os denunciados estão Marcio, Mauro e Marcelo Pereira Gabry apontados como líderes da organização. Sendo deles Mauro já tendo sido preso pela operação ‘Ratoeira’, onde o acusado era um dos líderes de uma grande organização criminosa especializada no mesmo crime onde atuava com o mesmo modus operandi. Também foi denunciado o policial militar Anderson Cordeiro Machado, apontado como braço armado da organização criminosa, responsável por informar as oportunidades em que o crime poderia ser executado com menor vigilância policial.
Além do dano material e patrimonial os suspeitos também causaram danos ambientais ao realizar as ações “O petróleo extraído através dessa derivação clandestina, é extraído de uma forma rudimentar com equipamentos inadequados, por pessoas que não tem qualificação, existe um alto risco de vazamento e aquele petróleo indo para o solo ou para a água a contaminação é imediata, pode acabar sendo um dano irreversível, dependendo da extensão dependendo da quantidade”, explica a promotora, que completa que o dano ainda poderia ter sido físico para pessoas caso tivesse acontecido um acidente.
Em nota a Petrobras esclareceu que é vítima de ações criminosas de furto de óleo e derivados e que está colaborando com as investigações. E ressalva que intervenções criminosas nos dutos podem trazer riscos como vazamentos, incêndios e explosões. A companhia também reforçou que moradores vizinhos aos dutos podem denunciar por meio do telefone 168, caso identifiquem qualquer movimentação suspeita na faixa de dutos. A ligação é grátis e o telefone funciona 24 horas por dia.
Por Guilherme Mattos