João, de 11 anos, transplantado de rim, e Laurinha, de 10 anos, transplantada de fígado, entraram em quadra no Maracanãzinho, momentos antes da partida entre Brasil e Tchéquia, pelo pré-olímpico de vôlei masculino. A homenagem, alusiva à doação de órgãos e tecidos, celebra o fim da campanha Setembro Verde deste ano. Durante todo mês de Setembro, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ), através do RJ Transplantes, realizou diversas homenagens a famílias doadoras, instituições parceiras da rede estadual e a transplantados.

Para Alexandre Canduro, essas homenagens durante eventos esportivos são importantes para a conscientização da importância da doação de órgãos. “Ter a oportunidade de mostrar a relevância da doação de órgãos em ambientes com presença massiva de torcedores, como o Maracanã e o Maracanãzinho, é essencial para o nosso objetivo de salvar mais vidas”, ressaltou.

Além da homenagem no Maracanãzinho, no sábado (30), oito crianças e jovens transplantados estiveram nas cadeiras do Maracanã e assistiram de perto à vitória do Flamengo sobre o Bahia, por 1 a 0, e à faixa do RJ Transplantes erguida no intervalo do jogo para mais de 40 mil torcedores.

Outras ações comemorativas do Setembro Verde aconteceram ao longo do mês, como no último dia 22, quando o RJ Transplantes realizou um evento de conscientização sobre a doação de órgãos no auditório da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ). Famílias doadoras, instituições parceiras da rede estadual e a equipe do RJ Transplantes foram homenageadas na cerimônia “Sim! Sou doador de órgãos, e minha família já sabe”.

O programa estadual comemorou junto com as famílias doadoras o ótimo desempenho deste ano, que registra, somente de janeiro a agosto, 856 casos notificados à Central Estadual de Transplantes do Rio de Janeiro, além de 263 doadores efetivos, o que representa um aumento de 14% em relação a 2022 no mesmo período.

Outras atividades referentes ao mês dedicado à doação de órgãos e tecidos aconteceram no dia 27, data em que se comemora o Dia Nacional da Doação de Órgãos. No Hospital Estadual Alberto Torres (HEAT), em São Gonçalo, o Jardim do Doador ganhou uma exposição fotográfica. Cinco famílias doadoras fizeram o plantio de uma muda de jasmim no local que vai crescer e perfumar o ambiente, simbolizando o órgão vivo que foi transplantado no receptor.

No Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Zona Norte do Rio, a direção do hospital convidou famílias de doadores, transplantados e pessoas que estão à espera de órgãos para a comemoração do Dia Nacional da Doação de Órgãos. O evento contou com a apresentação do coral de funcionários da unidade e celebrou a inauguração do jardim dos doadores e de um mural com fotos em homenagem a eles.

Enquanto no Hospital Estadual Azevedo Lima, foi criada uma galeria do doador com uma cartinha homenageando as famílias que disseram sim à doação.

Como funciona a doação de órgãos

As doações de órgãos no Brasil ocorrem de forma solidária e dependem do “sim” dos familiares. Levantamento da Central Estadual de Transplantes aponta ainda que o número de negativas, ou seja, quando as famílias informam que não desejam doar o órgão do familiar, vem caindo ano a ano. Em 2015, essa taxa foi de 43%. Em 2022, ficou em 35% das entrevistas realizadas. No primeiro bimestre de 2023, a taxa foi de 33%.

A Central Estadual de Transplantes é a estrutura física onde são executadas as ações relativas ao RJ Transplantes. A Central fiscaliza e atua em todo o processo de doação e transplantes de órgãos. Além de receber as notificações de morte encefálica de todo o Estado do Rio de Janeiro e organizar a cadeia de procedimentos até a doação efetiva de um órgão, a Central Estadual de Transplantes fiscaliza e coordena as inscrições de receptores, órgãos e hospitais transplantadores, que são inseridos em um software do Ministério da Saúde. Havendo uma doação efetiva, a Central faz a distribuição dos órgãos de acordo com os critérios estabelecidos pelo Sistema Nacional de Transplantes.

Núcleo de Comunicação do Governo do Estado