Vereadora denuncia estado precário da unidade especializada em saúde mental do município

Após uma fiscalização no prédio da Unidade Especializada em Saúde Mental de Petrópolis, a vereadora Gilda Beatriz (PSD) constatou diversas irregularidades estruturais no local. Há paredes mofadas, tetos infiltrados e segundo a parlamentar o problema se agrava ainda mais quando chove, pois entra água em algumas salas. Na visita, Gilda pode observar também a falta de acessibilidade na unidade, que não possui um banheiro adequado para atender pessoas com deficiência. Além da falta de manutenção no equipamento, a equipe do correio apurou que há filas para o atendimento psicológico, fazendo com que a espera ultrapasse 2 meses.

Na apuração, foi possível verificar que há poucos profissionais especializados no centro de saúde mental, o que dificulta a agilidade no atendimento. No levantamento foi comprovado que o sistema abre poucas vagas para consultas e mesmos casos urgentes tem a tendência de esperar uns 2 meses para receber tratamento. Com a urgência, algumas pessoas procuram migrar para consultórios privados, como o caso da jovem S.S(nome fictício) que foi marcada como paciente urgente e está na fila de espera desde do início de dezembro de 2023, com a situação a família procura por atendimento privado.

A vereadora Gilda Beatriz mencionou a falta de especialistas e falou da invisibilidade de assuntos em torno de cuidados com a saúde psicológica no município. Gilda ressaltou que o estado atual da Unidade Especializada em Saúde Mental não é eficiente para oferecer tratamento aos pacientes. Ela relembra que há pouco tempo atrás, apareceram ratos na unidade e a Vigilância Sanitária foi acionada e fizeram a desratização. “Nesse mês tão importante, onde se inicia a campanha janeiro branco, que visa alertar os cuidados com a mente, o ambulatório se encontra desse jeito, precisando de uma restauração”, disse.

Posicionamento Prefeitura de Petrópolis

A Prefeitura informou em nota, que o prédio do Ambulatório de Especialidades em Saúde Mental é alugado e algumas das obras atualmente necessárias são estruturais de responsabilidade do proprietário e este já foi comunicado sobre estas necessidades de manutenção.

O município está buscando no mercado imobiliário novo local para transferir o funcionamento do ambulatório de saúde mental, central, maior, com acessibilidade e que comporte a ampliação da equipe técnica para atendimento da demanda que aumentou em decorrência ainda, da pandemia COVID 19 assim como, a catástrofe climática de 2022.

Quanto ao tempo de espera para consultas informamos que pacientes que necessitam de atendimentos relacionados a Saúde Mental podem buscar atendimento nos quatro Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que se encontram em funcionam no município, que dispõem de equipe multiprofissional composta por psiquiatra, psicólogos, enfermeiro, técnicos de enfermagem, assistente social e terapeuta ocupacional, sendo estes: CAPS Nise da Silveira, CAPS Álcool e outras Drogas – AD III – Fênix, CAPS Infanto-Juvenil Sylvia Orthof, CAPS Núbia Helena dos Santos. As demandas de urgência são atendidas no Hospital Dr. Nélson de Sá Earp que conta com médicos psiquiatras e equipe técnica em regime de plantão 24 horas.

No sentido de ampliar a oferta de atendimentos pela saúde mental em especial médicos psiquiatras, o município contratou uma empresa prestadora de serviços que vem disponibilizando profissionais que são distribuídos nos equipamentos de atenção psicossocial, atendendo à demanda nos CAPS e no Ambulatório.

A população também pode procurar atendimento em qualquer uma das Unidades Básicas de Saúde – UBS, em funcionamento nos bairros dos cinco distritos que dispõem de psicólogos. Nestes locais, o paciente será acolhido pela equipe de Saúde, que fará o encaminhamento de acordo com a indicação para cada caso aos equipamentos de saúde mental.

Nos últimos quatro meses (setembro a dezembro) o Ambulatório de Saúde Mental realizou 3.375 atendimentos pela psicologia voltada para adultos e 2.691 atendimentos voltados para o público infanto-juvenil, além de 884 consultas psiquiátricas.

Texto e foto por *Leandra Lima

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