Entenda a diferença entre o vírus sincicial respiratório e a influenza

Com sintomas parecidos, os casos de vírus sincicial respiratório (VSR) e de influenza têm crescido no Brasil nas últimas semanas. Apesar dos dois vírus se comportarem de forma semelhante no corpo humano, existem particularidades que ajudam a fazer a distinção entre eles.
De acordo com a infectologista Rafaela Bongiovani, que é professora da Faculdade de Medicina de Petrópolis, a diferença dos dois vírus é que são de famílias diferentes, basicamente, eles são causadores de síndromes respiratórias.
“O vírus sincicial respiratório (VSR) atinge mais as crianças pequenas, apesar de que ele pode causar infecções em todas as idades, mas atinge principalmente os bebês. A influenza acomete pessoas de todas as idades, mas o quadro gripal é praticamente o mesmo. Só é possível diferenciar os dois vírus após a coleta do material. Quando o quadro gripal é parecido, só conseguimos diferenciar após a coleta do material, isolando o vírus. Entre os idosos, tanto o vírus da influenza como o sincicial podem ser problemáticos. Ambos provocam quadros parecidos”, explica.
Prevenção
Nesta época do ano, a médica ressalta que devemos abordar mais a forma de prevenção do que o tratamento em si. No outono, os vírus respiratórios começam a circular com mais frequência. “É necessário reforçar os cuidados como uma forma de prevenir os sintomas. Precisamos lavar as mãos sempre que encostarmos em lugares diferentes para evitar contato com mucosa, seja na boca, nariz e olho. Quando espirrar, cobrir a boca e o nariz com o antebraço, medidas que estamos acostumados e devem fazer parte do nosso dia a dia”, diz.Nos dois casos, independente da origem, o risco se torna maior quando evolui para um quadro respiratório grave, necessitando de internação e, em alguns casos, a intubação.
Riscos
Segundo o presidente do Departamento Científico de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Marco Aurélio Sáfadi, os riscos desses dois vírus são claros. Por exemplo, o VSR é responsável por 80% das bronquiolites e por um percentual importante das pneumonias em bebês pequenos. “Ele é o vírus que mais hospitaliza bebês. É a causa número um de hospitalização por quadros respiratórios, ou síndrome respiratória aguda grave, como relatam dados do Ministério da Saúde. No primeiro ano de vida, o campeão é o VSR. Já nas crianças maiores, adolescentes e adultos, a predominância passa a ser do vírus Influenza e do Sars-Cov-2, vírus que causa a covid-19”, relata.
Por Yasmim Grijó/Foto: Divulgação/ Dra. Rafaela Bongiovani de Rezende, médica infectologista e professora da Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP)