O jornalista Flavio Berredo Leal apresentou projeto sobre Muçum, cidade gaúcha do Vale Taquari, na conclusão do curso de Governança e Inovação Pública da FGV. O grupo de trabalho contou com Gabriel Souza, vice-governador do Rio Grande do Sul, e propôs um plano de recuperação para o município que enfrentou uma sequência de eventos climáticos até a tragédia histórica do fim de abril e início de maio.

Os projetos finais da formação, que reuniu profissionais e gestores da área pública e privada, precisavam contemplar um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). O interesse comum pela questão climática uniu os integrantes em torno do ODS 13, Ação Contra a Mudança Global do Clima.

Segundo a Organização Mundial de Meteorologia, 2023 foi o ano de média de temperatura global mais alta desde o início das medições em 1850. “As alterações climáticas são o maior desafio que humanidade enfrenta. Está afetando todas as pessoas, especialmente as mais vulneráveis”, alerta Celeste Saulo, secretária-geral da OMM.

A tendência de aquecimento vem causando o agravamento e maior frequência dos eventos climáticos extremos por todo o mundo, como os de Petrópolis, em 2022, os de Muçum, em 2023 e de todo o Rio Grande do Sul, em 2024. “Foi muito enriquecedor participar desse grupo de trabalho, conhecer mais sobre o tema e ainda apresentar o projeto. Espero que Petrópolis também avance nessa pauta, porque é fundamental, vital para a cidade”, diz Flavio Berredo Leal.

Muçum, com 4601 habitantes, pelo Censo 2022, passou por uma sequência de eventos: chuva de granizo em agosto de 2023, com destelhamento de centenas de imóveis; um ciclone extratropical duas semanas depois, com elevação do Rio Taquari e dezoito mortos; nova cheia em novembro; até a recente inundação recorde que atingiu, sem vítimas fatais, 80% da população.

Os estudos de mapeamento de áreas de risco da Universidade do Vale do Taquari apontaram que parte da área urbana terá de ser realocada com novo plano diretor, ainda mais com a tendência maior de incidência de novos eventos. O projeto “Muda Muçum” apresentou proposta de reconstrução com resiliência urbana e inserção de áreas-esponja na margem do rio para maior proteção da cidade, restauração ecológica e espaços de convivência.

O encerramento da formação da Diretoria Internacional da Fundação Getúlio Vargas em parceira com o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe – CAF – aconteceu segunda, na sede da FGV, em Botafogo. Foram dezessete trabalhos, serão três finalistas nacionais e apenas um selecionado para representar o Brasil em uma apresentação internacional com projetos de todos os países latino-americanos participantes.

Fotos: Gabriel Souza e Flavio Berredo Leal