Petrópolis vai ter programação para a semana de combate à gravidez na adolescência

Raphaela Cordeiro/ Redação Correio da Manhã
A primeira semana de fevereiro é dedicada ao combate à gravidez na adolescência em todo o Brasil. A mobilização busca esclarecer, desmistificar os métodos contraceptivos e aconselhar a população. Em Petrópolis, o projeto Reage Mãe ajuda no acolhimento de grávidas e puérperas. Nos encontros, há rodas de conversa para levar até as mulheres, inclusive as adolescentes, informações necessárias para que elas possam seguir a gravidez da forma mais segura possível.
A idelalizadora do Reage Mãe, Daniela Freitas, conta que a maior causa para a gravidez na adolescência é a falta de informação. “Muitas adolescentes chegam ao projeto sem o básico, que é a informação. Muitas das vezes elas chegam assustadas porque não há uma educação sexual ou coisas relevantes em relação à esse assunto”, contou.
O projeto, em parceria com a Casa de Cidadania de Petrópolis, terá uma programação para a semana de combate à gravidez na adolescência, que promete levar até as mães toda informação que elas podem precisar durante a maternidade. Na segunda-feira, dia 7, vai haver uma roda de conversa com adolescentes grávidas ou não, com um bate-papo com profissionais da saúde. Na terça-feira seguinte está programada uma panfletagem na praça Dom Pedro. “ O importante é levarmos informação. Nós começamos agora essa co-participação no projeto Reage Mãe e é a nossa primeira atividade da casa no projeto”, contou a assistente social, Rosane Borsato, uma das responsáveis pela Casa da Cidadania.
A Casa da Cidadania fica na Rua Souza Franco, número 374, no centro de Petrópolis. Podem participar do encontro mulheres de todas as idadades, grávidas ou não.
Números no Brasil
Os números de mulheres que engravidam na adolescência no Brasil assustam. O país tem cerca de 19 mil nascimentos anuais por mães entre 10 e 14 anos. Os dados são do Ministério da Saúde, reunidos pelo Fundo de População das Nações Unidas. O Ministério da Saúde aponta que, apesar destes dados representarem uma queda de 37,2% no número de adolescentes grávidas, o país ainda está acima da média mundial. O total de 19 mil mães entre 10 e 14 anos representa 53 adolescentes grávidas a cada mil, enquanto no mundo são 41. Estudos mostram que a gravidez na adolescência traz muitos riscos, sendo ainda mais graves em meninas menores de 15 anos.
Para o médico ginecologista Maurício Castro, o tema é um problema de educação e saúde pública. “É um tema tão importante que é preciso saber como abordar essa paciente e como evitar essa gravidez não desejada na adolescência. A gravidez nesta idade traz um dano social muito grande, não é só um dano físico. Traz um dano econômico para já que muitas vezes os pais deixam de terminar a sua vida acadêmica para cuidar da criança, além de sobrecarregar os avós”, disse o médico.
Segundo a organização mundial da saúde, outro ponto é a importância da educação sexual na faixa etária entre 10 e 20 anos. Especialistas apontam que a melhor forma de tratar o tema é responder as perguntas de forma correta na medida em que as elas forem surgindo, independente da idade da pessoa.
“A gestação na adolescência é um problema de saúde pública e que deve ser tratado como tal. Ele deve ser tratado nas escolas. O médico precisa ir pro combate e ir nas escolas falar sobre métodos contraceptivos, sobre saúde sexual e planejamento familiar”, disse Maurício.