Setembro Amarelo: a importância da prevenção e do apoio emocional no combate ao suicídio
No Hospital Santa Teresa, campanhas de conscientização e suporte emocional são fundamentais para reduzir o risco de suicídio e promover a saúde mental
O comportamento suicida engloba qualquer ato em que uma pessoa causa lesão a si mesma, independentemente da intenção letal. Esse conceito inclui um amplo espectro de comportamentos, desde pensamentos autodestrutivos até o suicídio consumado. A Organização Mundial de Saúde (OMS) vem reforçando a importância da prevenção ao suicídio como prioridade global desde os anos 2000, promovendo estratégias que envolvem a educação, a redução do estigma e a criação de planos nacionais de prevenção. No Brasil, ainda que existam diretrizes gerais, não há um plano nacional voltado exclusivamente para a prevenção.
Em todo o território nacional, o “Setembro Amarelo”, campanha criada em 2014 pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), pelo Centro de Valorização da Vida (CVV) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), tem como foco conscientizar a sociedade, divulgar material científico e realizar ações na mídia.
A Estratégia Nacional de Prevenção do Suicídio, estabelecida em 2006, visa reduzir as taxas de suicídio, as tentativas e os impactos traumáticos em famílias, amigos e comunidades. A psicóloga Jociane Coutinho, do Hospital Santa Teresa, destaca que muitas doenças mentais, como transtornos do humor, de personalidade e de ansiedade, além do uso de substâncias, estão frequentemente associadas ao suicídio. “A detecção precoce e o tratamento adequado dessas condições são essenciais para a prevenção do suicídio. Muitas vezes, as pessoas estão em uma luta interna entre o desejo de viver e a necessidade de acabar com a dor psíquica. Se oferecermos apoio emocional, podemos aumentar a vontade de viver e diminuir o risco”, afirma a especialista.
Ela também reforça a importância de compreender os sinais de alerta. “Frases como ‘eu preferia estar morto’ ou ‘eu sou um peso para os outros’ são alertas importantes e exigem uma abordagem cuidadosa. Além disso, o risco é elevado em pessoas com história anterior de tentativas de suicídio, especialmente em pacientes internados, que possuem até três vezes mais risco do que a população em geral.”
No Hospital Santa Teresa, campanhas regulares sobre saúde mental são realizadas, e o serviço de psicologia é referência em situações de emergência, ajudando a tomar as melhores decisões para o cuidado dos pacientes. “Nosso compromisso é estar ao lado daqueles que precisam, oferecendo suporte emocional e tratamento adequado para reduzir o sofrimento psíquico”, conclui Jociane.
Falar sobre suicídio e oferecer ajuda é fundamental para salvar vidas. No Santa Teresa, o apoio está disponível tanto para pacientes quanto para colaboradores, com o uso de um aplicativo de saúde mental que fornece suporte emocional contínuo.
Foto: divulgação